A época histórica em que maior discrepância existiu entre a mistificação criada pelo poder e a realidade vivida pelo comum dos cidadãos terá sido na Alemanha nazi no período imediatamente subsequente às eleições de 5 de março de 1933.
A desunião da maioritária esquerda alemã, com a impossibilidade de comunistas e sociais-democratas se entenderem, abriu espaço para a ascensão dos esbirros nazis à governação. Uma lição, que continua a ser estupidamente ignorada pelas esquerdas atuais...
Chegados ao poder logo os nazis puseram a sua máquina de propaganda a carburar a todo o vapor e conseguiram implementar a rápida proibição de todas as demais forças políticas, o encarceramento dos prisioneiros políticos em campos de concentração e o início da segregação, e posterior eliminação, de todos quantos tivessem ascendência judia.
Ao avançar para a sua guerra expansionista, Hitler e os seus sequazes estavam convencidos da possibilidade de iniciarem a criação de um império capaz de durar mil anos.
O desiderato é conhecido: em doze anos quem muito subiu teve uma queda abrupta e brutal.
Olhando para a Europa de hoje constatamos uma discrepância igualmente abissal entre os representantes internos e externos da troika e a realidade social dos países onde ela se implantou ou ameaça implantar-se.
Todos os principais economistas reconhecem o desastre para que se caminha com a teimosia do «bandalho» alemão em prosseguir pela via austeritária mas continua a encontrar-se quem aceda a servir de altifalante a essa forma absurda de encarar a realidade dos indicadores relacionados com o desemprego e com a desigualdade na distribuição da riqueza e até a fazer o papel de miguel de vasconcelos dos interesses externos.
Mas quem acredita que quem agora está na mó de cima, assim continuará a estar? Quanto maior for a pressão imposta sobre quem está agora a sofrer, mais intensa será a ação contrária.
Depois, acusem de violência quem, em tempo útil, os terá avisado!
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