Quem por estes dias andou pela zona das chegadas do aeroporto da Portela pôde assistir a muitos reencontros de jovens emigrantes com os familiares ali concentrados a esperá-los.
Depois de Portugal ter parecido um país promissor para uma geração, que se tornava na mais qualificada de quantas alguma vez nele existiu, a política deste governo troikeiro obrigou milhares de jovens e menos jovens a procurarem solução de emprego noutros países.
É esse o legado que passos coelho e paulo portas deixarão quando forem desapossados do pote a que, tão gananciosamente, se apossaram. Para exclusivo privilégio dos que os têm por marionetes dos seus interesses e para desconforto, senão mesmo desgraça, de quem vem arcando com os danos das malfeitorias, que têm cometido.
Se neste momento a economia portuguesa regrediu doze anos, estando a produzir ao nível de 2001, já há quem prediga que quase dois anos suplementares desta receita atirarão a produção nacional para os níveis dos anos 90.
Quem viveu essa época pode recordar como os anos da governação Guterres significaram o grande salto em frente de crescimento económico sustentável depois do marasmo suscitado por um cavaquismo apenas vocacionado para a política do betão e para os esquemas sórdidos de corrupção, apesar dos vultuosos apoios comunitários.
Como a oportunidade perdida nesses anos imediatamente subsequentes à adesão à então Comunidade Europeia não se voltarão a repetir, Portugal é deixado sem grandes argumentos por esta gentalha, que se julgou com méritos para liderar um país com tanta História. E a sangria de recursos humanos, que passos coelho provocou sob a forma de desafio para «se sair da zona de conforto», será uma das maiores dificuldades colocadas a quem se propuser regenerar a economia e devolver-lhe o crescimento virtuoso
É por isso que a tendência demográfica destes dois últimos anos será um dos desafios para que a esquerda deverá encontrar resposta: Portugal não poderá continuar a ser um país em que emigram mais cidadãos do que aqueles que nascem!
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