As entrevistas a passos coelho ao Jornal de Negócios, à TSF e à TVI foram mais do mesmo: banalidades e … mentiras, muitas mentiras!
Entre elas a do desconhecimento do défice de 2010, quando chegou ao governo! Quando, desde abril, que o INE o oficializara!
Ora, das duas uma, ou ele acredita na lógica nazi de repetir mil vezes a mesma mentira até convencer os outros do contrário e é um biltre, ou entra frequentemente em processo de negação da realidade e é um alucinado! Fica, pois, a dúvida: malvadez ou dependência de substâncias pouco recomendáveis?
A verdade é que foi fácil desmascara-lo uma vez mais dando mais um episódio à coletânea dos muitos acumulados ao longo destes dois anos e meio em que ele tem revelado uma contumaz tendência para mentir com todos os dentes!
Só foi pena que, em vez de prontamente reagir a partir do Largo do Rato, a direção do Partido Socialista se tenha fechado em copas, deixando a outrem a responsabilidade de fazer aquilo que deveria ser o seu dever. Pelos vistos os brilhantes responsáveis, que por ali peroram, são mais facilmente estimulados a demarcarem-se das palavras de Mário Soares na Aula Magna do que a denunciarem as mentiras do ainda primeiro-ministro quando, como de costume, procuram lançar lama ao governo anterior.
Daí que façam todo o sentido as palavras emitidas pela antiga ministra Maria de Lurdes Rodrigues na sua entrevista de ontem ao «Público» : Há um silêncio que nos deixa na dúvida sobre se é uma ausência de programa, de alternativa, de solução, ou se é pura tática política. Há uma ausência de direção do PS na resposta aos problemas que as pessoas sentem.
A dificuldade é não se perceber o que é que vai de facto ser diferente se o PS ganhar as próximas eleições, como eu espero que ganhe. Era preciso que fosse evidente. (…)
Há, pois, a convicção - cada vez mais abrangente entre os seus militantes e simpatizantes! - de contarem com uma direção socialista incapaz de se mostrar à altura dos desafios do presente.
Há, pois, razões para nos sentirmos preocupados, apesar da qualidade vislumbrada em muitos elementos da nova geração de deputados socialistas (de João Galamba a Pedro Nuno Santos, de Isabel Moreira a Pedro Marques) para assegurarem um futuro muito otimista ao Partido.
São muitos os que desejariam a alternativa formulada por Maria de Lurdes Rodrigues no texto atrás referido: António Costa revela uma capacidade de liderança, de concretização, de afirmação explícita do que pensa sobre as várias matérias — podemos concordar ou não, mas ele tem uma opinião e transmite-a de uma forma clara. E essa firmeza beneficiaria o PS na afirmação de uma alternativa ao atual Governo.
É que, para além das banalidades e mentiras, passos coelho veio sugerir a possibilidade de estar a construir uma nova narrativa que, como refere Manuel Carvalho no mesmo jornal, o promova como o homem providencial que deu sentido ao sofrimento da austeridade. O homem que “salvou” o país do precipício. O que, com banqueiros, grandes empresários e donos da troika a repetirem-no até à exaustão, poderá dar-lhe esperanças de voltar a enganar segunda vez os mesmos incautos eleitores, que o elegeram para lhe sofrerem os violentos efeitos das suas decisões…
Está a fazer falta um PS com outra estratégia, com outro discurso!
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