segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

POLÍTICA: Dúvidas justificáveis em torno da Martifer

A reportagem de Lurdes Ferreira e Rosa Soares hoje inserida no «Público» não aborda aquilo que mais interessa esclarecer em torno da concessão estabelecida entre aguiar branco e a Martifer para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Nomeadamente se existem razões para crer que o negócio ruinoso para o Estado e para os trabalhadores, direta ou indiretamente vinculados àquela empresa, é mais do que isso e existirão interesses escondidos e só reveláveis após a consumação dos factos. Mas esse trabalho jornalístico comprova que a evolução recente dos negócios dos irmãos Martins tem-se traduzido em prejuízos elevados e na acumulação de uma dívida líquida assustadora. As dúvidas sobre a sustentabilidade dos negócios do grupo Martifer avolumam-se.
Por isso se estranha que uma empresa com um passivo de 280 milhões de euros seja encerrada para ser substituída por outra cuja dívida líquida é de 377 milhões de euros.
E olhando para a História recente tudo aponta, que a situação financeira da Martifer só tende a piorar, apesar de ter encerrado em 2012 a sua unidade de construções metálicas na Polónia e, já durante este ano ter alienado parte da sua participação na subsidiária Prio Energy SGPS e os parques eólicos da RE Developer no Brasil.
E, no entanto, a Martifer chegara à Bolsa em junho de 2007 com ações vendidas a 8 euros, logo empoladas para 12 euros. A última cotação, de sexta-feira, foi a 0,79 cêntimos por ação. Daí que analistas do setor interpretem o negócio dos Estaleiros de Viana como uma fuga para a frente em que os novos ativos servirão sobretudo para aumentar a capacidade de contrair ainda mais dívida nos mercados. Aumentando a dimensão da avalanche, que ameaça acelerar nos próximos meses.


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