Trinta anos depois da sua morte, a voz de Callas continua a encantar muitos apreciadores. Philippe Kohly vai descrever a vida da diva num belo retrato concebido como se se tratasse de um romance.
Em 1958, Maria Callas, que nascera com o nome de Maria Kalogheropoulos, estreia-se em Paris e toda a nata da cidade está presente nessa atuação transmitida pela televisão. Após a representação, sobram quatrocentos e cinquenta convivas para participarem no banquete oferecido em honra da cantora. Entre outros comparecem Jean Cocteau, Charlie Chaplin, Martine Carol e … um armador grego subjugado pela diva: Aristóteles Onassis.
Três meses depois, Maria Callas faz uma breve escala por Veneza para estar no baile da condessa de Castelbarco - filha de Toscanini - e volta a cruzar-se com Onassis. Este propõe-lhe um cruzeiro no seu iate particular, mas ela recusa tal convite.
Nas semanas seguintes, após cada concerto, ela recebe enormes ramos de rosas vermelhas acompanhadas de uma dedicatória do seu admirador grego.
Tão viciante como um romance este retrato evoca a mulher e a artista apoiando-se na sua própria voz e em arquivos de uma enorme riqueza.
Ao longo da sua vida, a cantora quis encarnar as suas duas heroínas preferidas: a Traviata (a apaixonada) e a Norma (a grande sacerdotiza da ópera). Mas foi uma coabitação destrutiva já que Callas perderá não só o amor, mas também a voz.
O filme segue essa dualidade vertiginosa por todos os teatros do mundo, desde o Scala à Julliard School, passando pelo Epidauro e devolve o brilho a uma trágica personalidade com características superlativas: em determinação, em génio musical, em glória, em paixão, em traição e em solidão.
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