É assunto glosado reiteradamente neste blogue, mas a que nunca é demais voltar, pela sua importância na evolução da luta de classes durante o ano de 2014: como escreve Pacheco Pereira na crónica surgida no «Público» de hoje, o governo parte em vantagem quanto à difusão do discurso justificativo das suas malfeitorias, superando assim todas as críticas - por muito fundamentadas que se revelem - demonstrativas dos seus injustos danos económicos e sociais.
Bem podemos indignarmo-nos com a enormidade de um pires de lima a anunciar um «milagre económico» ou de um passos coelho a anunciar «ter criado cento e vinte mil empregos», que sobrarão muitos jornais, rádios, televisões e posts das redes sociais a repeti-lo até à exaustão.
Se podemos considerar que aquela indignação subsistirá numa minoria mais informada, existirão muitos inocentes, ansiosos por boas notícias que os livrem das suas presentes angústias, para se porem a acreditar no que os seus olhos e ouvidos liminarmente desmentem.
Trata-se de uma questão pouco abordada pelas esquerdas mas que continua a estar sempre na ordem do dia: como maximizar a eficiência de um discurso de agitação e propaganda?
É que o grande patronato e os senhores da troika têm continuamente altifalantes a multiplicarem as suas mensagens no espaço público. Ora, no meio de tal cacofonia, é fundamental que se insinue e ganhe impacto o discurso dos que andam, por agora, a serem ainda mais humilhados e ofendidos nos seus legítimos direitos...
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