Se se perguntar a um norte-americano donde vem o petróleo, que ele consome, ele responderá sem qualquer dúvida: «Do Médio Oriente!» Mas, na realidade, são das areias betuminosas do Canadá, que provem a maior parcela do petróleo bruto importado pelos Estados Unidos.
Mais de dois milhões de barris passam a fronteira todos os dias. O negócio é próspero, mas as consequências ambientais desastrosas: o Canadá até teve de bater com a porta ao Protocolo de Quioto para poder explorar estes recursos sem constrangimentos.
A região de Alberta vive agora obcecada pelo seu subsolo. Petróleo retirado de verdadeiras marés acastanhadas.
Fort McMurray, a pequena cidade no centro dessa montanha de ouro negro, está saturada de habitantes. As casas prefabricadas chegam rebocadas pela estrada para acolherem os operários e os empreendedores, que ali acorrem.
Com o aumento da cotação do barril, o petróleo de Alberta tornou-se economicamente rentável e o Canadá não tem falta de reservas: 169 mil milhões de barris, a segunda mais importante jazida do mundo logo após a da Arábia Saudita.
Mas o custo ecológico dessa extração é tão exorbitante que aumentam os que a contestam. A produção do barril de petróleo bruto de Alberta é dez vezes mais consumidor de energia do que o do barril convencional. É necessário que se consumam oito volumes de água para se conseguir extrair um de petróleo bruto.
Uma água que se torna extremamente tóxica e deve depois ser armazenada em imensas bacias de descontaminação.
O Canadá fez uma opção. O país deixou o Protocolo de Quioto, porque a extração de areias aumenta exponencialmente a sua quota de carbono suscitada o efeito de estufa. Uma verdadeira vergonha nacional para muitos canadianos. E, ademais, as populações ameríndias, que residem na região, estão em perigo. Uma taxa de cancro de 20 a 30% superior à média nacional, já se verifica na sua população.
Nada que impressione o governo de direita, que está decidido a transformar o país num dos maiores produtores de petróleo a nível mundial.
Sem comentários:
Enviar um comentário