Durante muito tempo os historiadores e os arqueólogos consideraram improvável, que as trocas comerciais entre a China antiga e o Ocidente tivessem ocorrido antes do fim do século II a.C.
As barreiras naturais suscitadas pela Sibéria a norte, os Himalaias a sul e o deserto do Taklamakan pelo meio bastariam para dissuadir os mais ousados … ou necessitados!
Esta teoria é, hoje, posta em causa pelo estudo minucioso de alguns achados notáveis: por exemplo, um recipiente em prata encontrado no mausoléu do rei Liu Fei apresenta um motivo bastante frequente no mundo helénico do século III a.C. e desconhecido na arte chinesa da época. Mesmo considerando que feito em metal proveniente do sudeste da China.
Encontraram-se, igualmente, fragmentos de tecidos a lembrarem uma técnica de tecelagem inventada pelos Celtas.
Mas a descoberta mais eloquente foi a das múmias da bacia do Tarim, exumadas de um cemitério no deserto do Taklamakan e com cerca de quatro mil anos. É que os testes de ADN e as análises morfológicas confirmaram o facto de alguns desses rostos serem de tipo europeu, com cabeleiras castanhas e até louras.
As hipóteses daqui derivadas multiplicam-se depois em diversas direções. Há quem se questione se os célebres guerreiros em terracota de Xian encontrados no mausoléu do primeiro imperador chinês não terão sido criados por influência da estatuária grega.
No fundo está em causa o aprofundamento das influencias ocidentais no Império do Meio. É o que propõe este documentário de Susanne Rostosky, que conta com a colaboração do arqueólogo norte-americano Victor Mair, especialista precisamente nessas múmias...
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