quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Anda para aí muito nervosismo nos nossos comentadores políticos a propósito do clima de guerrilha aparente entre o primeiro-ministro e o presidente da República.
E, embora ninguém lhes exija tanto, esses comentadores tomam posição, normalmente defendendo o inquilino de Belém contra o de S. Bento. E logo são secundados pelos partidos da oposição, que do CDS ao Bloco de Esquerda, condenam José Sócrates como se cometesse crime de lesa majestade quando, afinal, tem atirado tantas pedras para o telhado do vizinho quantas as que dele tem recebido.
Como ainda agora dizia este no parlamento ninguém está isento de crítica. E isso é bem verdade quando Cavaco Silva mantém Fernando Lima em Belém depois de, comprovadamente, ter sido ele o autor da cabala das escutas do Verão passado. Ou quando toma objectivamente posição contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao dizer-se muito mais preocupado com outros problemas do país.
Ao contrário do que defendem alguns dos opinadores oficiais dos nossos media, se existe a sensação do final de regime não é propriamente do de raiz governamental. O que já se detecta é o enterro anunciado do cavaquismo, quer pela intervenção política do seu criador, quer pela falência ideológica dos seus seguidores no maior partido de oposição, ao demonstrarem a incapacidade para olharem a realidade dos novos tempos e arranjarem uma ideia, uma única que seja, capaz de se comprovar eficiente para em vez de por eles nos deixarmos arrastar, encontrarmos forma de os condicionar para o que de mais positivo representarem para o interesse dos portugueses…

Rasteiras

Será que Fernando Lima continua a fazer das suas em Belém, depois de ter sido transferido de serviço devido ao seu papel de criador do caso das escutas?
O episódio do suposto mal-estar na relação entre a Presidência da República e o primeiro-ministro teve novamente epicentro na sua Casa Civil: nos jornais, que anunciaram o caso ela era identificada como a fonte de tal informação. Que justificou a reacção destemperada do gabinete de José Sócrates!
Ora a questão de princípio é basicamente esta: problemas de agenda todos os responsáveis políticos os têm. Normalmente os compromissos são cumpridos, mas vezes há em que os imponderáveis justificam inesperados contratempos.
Fazer de uma destas excepções uma nova oportunidade de guerrilha em relação ao primeiro-ministro, apressando-se a fornecer títulos sensacionalistas para os jornais, diz tudo sobre um Presidente que perdeu completamente a máscara de imparcialidade com que se comprometeu no início do seu mandato.
Que, ademais, a oposição  - mesmo a situada à esquerda do PS - se junte em bloco para se solidarizar com Cavaco Silva, revela bem a insustentável solidão em que José Sócrates se vai esforçando para dar algum futuro a um país, que não merece a atitude permanente de boicote de todos os partidos da oposição...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Trogloditas

É algo que constitui uma espécie de lei natural do género humano: toda a evolução social encontra pela frente uma contestação militante de gente, que sabe já ter perdido as guerras travadas em prol dos seus valores, mas persiste em adiar o mais possível a sua definitiva derrota.
Aconteceu assim com os esclavagistas. Repetiu-se com os opositores ao direito do voto das mulheres. E foi sempre assim até ao reconhecimento do direito ao aborto ou, actualmente, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mudam-se os tempos, mas nãos e mudam as vontades. Por muito que se procure dar mais direitos a quem ainda os não tem sem privar os de mais ninguém, há gente moralista com vocação para querer obrigar os demais a viverem de acordo com as suas ilusórias concepções naquilo que constitui um resquício de uma mentalidade totalitária.

Os que querem agora referendos para evitar casamentos entre pessoas do mesmo sexo são os que gostariam de viver num mundo em que a família resultasse da união entre um homem e uma mulher virgens até à noite da cerimónia e dispostos a só fornicarem com objectivos de procriação. Contraceptivos e divórcios seriam liminarmente proibidos. E as pobres crianças cresceriam em colégios religiosos aonde o catecismo seria mais importante que a biologia.
Não existiria melhor definição de uma mentalidade fundamentalista ao nível de um talibã!

As indignidades do capitalismo

Lamentamos, que o capitalismo puro e duro continue pujante um pouco por todo o lado e das formas mais terríveis. É evidente que vai crescendo a condenação moral das suas mais violentas manifestações, mas elas diversificam-se com tanto engenho quanto potencial de enriquecimento para tanta gente sem escrúpulos.
Vem isto a respeito de um documentário visto na televisão a respeito do turismo médico. Se começamos por considerar relativamente tolerável que norte-americanas relativamente abonadas se desloquem à Tailândia para conseguirem os seus implantes mamários e até podemos reconhecer o facto de todas as partes poderem lucrar com o negócio das barrigas de aluguer nos bairros de Bombaim, que dizer dos bairros da lata de Manila aonde uma percentagem considerável dos homens já vendeu um rim?
Se a sociedade actual já rejeita o tráfico de escravos ainda não se mostra suficientemente indignada com o dos órgãos de desempregados do Terceiro Mundo para benefício exclusivo dos habitantes mais abonados dos países ricos!
A luta contra o capitalismo também passa pela que contrarie estas suas grotescas manifestações...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Anacronismos

Um dos mais contundentes argumentos contra os detractores dos grandes investimentos públicos foi dado por Pedro Gonçalves, presidente da Soares da Costa, na cerimónia de adjudicação da linha do TGV entre o Poceirão e Caia. Segundo esse gestor a empresa irá ganhar assim competências que a ajudarão depois «a entrar em mercados aonde a ideia da alta velocidade começa a ganhar terreno» («Público», 13/12/2009).
Numa altura em que a solução para as grandes empresas nacionais reside na internacionalização eis que só projectos estruturantes como este o facultam garantindo que elas possam dar referências concretas da sua experiência em áreas de negócio, que crescerão exponencialmente no futuro.
Que o próprio Presidente da República tenha tido comentário infeliz no próprio dia da cerimónia só demonstra como até nas instituições o país continua dividido: enquanto uns querem pensar com largueza de horizontes perspectivando futuros melhores, há os que continuam a lembrar O’Neill quando falava de um país no diminutivo por pretenderem comboiozinhos, estradinhas e PMEzinhas…
Não admira que na mesma edição do jornal, o insuspeito Vasco Pulido Valente constate que o país se prepara para dispensar o PSD «como um anacronismo sem utilidade».

John Stuart Mill

É filósofo político, que merece ser muito mais conhecido: John Stuart Mill viveu entre 1806 e 1873 e foi o principal teórico do utilitarismo, assinando propostas inovadoras a nível da economia política e da emancipação feminina.
Desde criança que se revelou espantosa personalidade: ainda não era nascido e já o pai (James Mill), o padrinho (Jeremy Bentham) e um amigo destes (David Ricardo) congeminavam que melhor educação proporcionar-lhe para que se viesse a tornar num ser de excepção. Aos 3 anos já estava a aprender grego clássico e aos 8 o latim. E em vez de brinquedos tinha ao dispor uma biblioteca recheada de textos clássicos.
Não admira que se tornasse no ideólogo mais influente do Reino Unido entre as décadas 50 e 70 do século XIX, para o que terá contribuído igualmente o casamento inspirador com Harriet Taylor em 1851.
Mas Stuart Mill não seria apenas um intelectual devotado ao estudo: escrevendo em diversos jornais exerceu uma influência significativa sobre a opinião pública e sobre o Parlamento.
No seu pensamento político está a questão de se encontrar forma para garantir a máxima participação dos cidadãos - conceito essencial da democracia - com as diferenças cada vez mais alargadas das competências para o efeito?
 Uma questão que continua a ser da máxima actualidade.

Ódios mesquinhos

Um estranho fenómeno político está a passar-se em Portugal e que o antigo ministro Mário Lino muito bem escalpelizou em recente entrevista a um jornal económico: José Sócrates tem qualidades ímpares de entre quantos estão em condições de se apresentarem ao eleitorado com a intenção de os governar. É determinado, atento às mudanças de conjuntura e tem a visão necessária para, sentando-se qual Newton ao ombro de gigantes, ver mais longe e aí divisar qual a melhor direcção a tomar.
Ao invés os políticos da oposição vivem do ódio que tal personalidade lhes merece. Incapazes de proporem uma ideia consistente para melhorar a condição económico-financeira do país, concertam-se para aumentar a despesa do Estado enquanto verberam o Governo por a não reduzir, esperançados ao mesmo tempo em lançar tanta calúnia ao primeiro-ministro, que se cumpra a regra de Goebbels sobre o efeito de uma mentira repetida mil vezes.
Um bom primeiro-ministro deveria merecer uma oposição equivalente, que acrescentasse ideias e propostas construtivas aos seus projectos. Mas, por ora, oposição continua a ser sinónimo de bota-abaixo a qualquer preço.

Um político que sabe para onde vai, outros que não fazem ideia...

Correctíssima a afirmação de José Carlos Vasconcelos na última edição da revista «Visão», quando diz que «com a peste à porta os políticos, os partidos, se não discutem o sexo dos anjos parecem preocupar-se menos em erradicá-la do que em responsabilizar os outros pela epidemia e cada um dar a ideia de que só ele tem o remédio». Com uma diferença: enquanto o primeiro-ministro e o Governo têm uma linha estratégica, que parece ir dar a algum lado, os políticos a Oposição multiplicam-se em solilóquios inconsequentes em que não sobra ponta de proposta viável para ser aplicada. À esquerda do Governo ainda se sonha com amanhãs que cantem, com fatos-macacos de ganga azul a avançarem para Palácios de Inverno envoltos em fatas morganas. À direita procuram-se os tais empreendedores de pequenas e médias empresas a quem se querem dar subsídios para, a exemplo de tantos pretéritos agricultores, investirem-nos em contas offshore e em jipes.
Falta muito para que José Sócrates receba nova e merecida maioria absoluta, imprescindível para pôr o País a funcionar?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sinais Inquietantes

Por estes dias os jornais europeus andaram a abordar o fenómeno da islamofobia na Europa. Sobretudo depois do referendo suíço, que definiu a proibição de minaretes nas mesquitas aí existentes ou a construir.
As abordagens têm sido suficientemente abrangentes para evocar o célebre poema do Brecht a respeito de primeiro terem vindo buscar os comunistas, depois os sindicalistas e sucessivamente os sociais-democratas, os católicos e os judeus, sem que o narrador tugisse. Até chegar a sua própria vez.
Ou para se alargar a antigos deportados judeus, que referem a pequena alteração de ostracismo por parte dos suíços, primeiro para os semitas judeus nos anos 30 do século passado, e agora para os semitas árabes.
Na maioria das abordagens (excluam-se por decoro os entusiasmos criminosos de Le Pen e gentalha semelhante!) constata-se o perigo de ver os povos europeus derivarem para a negação dos valores e dos princípios em que têm baseado a superioridade civilizacional das suas sociedades.
De qualquer forma o referendo suíço vem reiterar algo que é de há muito conhecido: as ditaduras também saber recorrer aos instrumentos democráticos para fazerem prevalecer os seus interesses. O que, por outras palavras, quererá dizer que nem sempre ser maioria equivale a ter razão. Daí as vantagens de defender sempre as liberdades essenciais das minorias. O que equivale a dizer que muito embora o fundamentalismo islâmico seja outra forma de fascismo, pretender generalizar de forma primária a identificação de muçulmanos com terroristas é o caminho mais curto para se caucionarem novas catástrofes.

Sinais

Por estes dias os jornais europeus andaram a abordar o fenómeno da islamofobia na Europa. Sobretudo depois do referendo suíço, que definiu a proibição de minaretes nas mesquitas aí existentes ou a construir.
As abordagens têm sido suficientemente abrangentes para evocar o célebre poema do Brecht a respeito de primeiro terem vindo buscar os comunistas, depois os sindicalistas e sucessivamente os sociais-democratas, os católicos e os judeus, sem que o narrador tugisse. Até chegar a sua própria vez.
Ou para se alargar a antigos deportados judeus, que referem a pequena alteração de ostracismo por parte dos suíços, primeiro para os semitas judeus nos anos 30 do século passado, e agora para os semitas árabes.
Na maioria das abordagens (excluam-se por decoro os entusiasmos criminosos de Le Pen e gentalha semelhante!) constata-se o perigo de ver os povos europeus derivarem para a negação dos valores e dos princípios em que têm baseado a superioridade civilizacional das suas sociedades.
De qualquer forma o referendo suíço vem reiterar algo que é de há muito conhecido: as ditaduras também saber recorrer aos instrumentos democráticos para fazerem prevalecer os seus interesses. O que, por outras palavras, quererá dizer que nem sempre ser maioria equivale a ter razão. Daí as vantagens de defender sempre as liberdades essenciais das minorias. O que equivale a dizer que muito embora o fundamentalismo islâmico seja outra forma de fascismo, pretender generalizar de forma primária a identificação de muçulmanos com terroristas é o caminho mais curto para se caucionarem novas catástrofes.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A desonestidade intelectual do PSD

O PSD parece querer dar razão ao seu fundador, que vê na sua estratégia actual o caminho certo para uma irreversível decadência. Trazer para a praça pública a contínua tese da suspeição a respeito das políticas deste ou do governo anterior sem adiantar medidas construtivas, que se propusesse executar em alternativa só tenderá a reforçar aquilo que a maioria dos eleitores portugueses já concluiu: o PSD tornou-se num daqueles casos em que fala, fala, mas não faz nada de concretamente positivo para o país e para a generalidade dos portugueses.
Vem isto a propósito do caso dos computadores Magalhães.
Ao sentir que o caso Freeport já deu o que tinha a dar e que o caso Face Oculta não conseguirá inculpar Armando Vara ou o primeiro-ministro, os estrategas laranja decidiram agora retomar algo que deveria merecer-lhes reparo. Senão vejamos: quando o Governo propõe estágios para os recém-licenciados, vêm dizer que devem é apoiar as empresas. Mas se se apoia uma empresa nacional, criando novos postos de trabalho e garantindo a centenas de milhares de crianças o seu primeiro contacto com a informática, aqui d’el-rei que deveriam ter lançado um concurso público. Independentemente de, assim, adiarem a concretização dessa notável medida estruturante para o futuro do país e de darem muito provavelmente o negócio a uma empresa multinacional, que concorreria e apresentaria decerto melhores condições quanto mais não fosse para eliminar a concorrência nacional.
É essa  desonestidade intelectual, que mais se destaca no actual PSD. E se aos pequenos partidos, que não querem nem podem chegar às responsabilidades da governação se pode tolerar a contínua tentação da maledicência de quem procura manter o leme na difícil conjuntura actual, ao principal partido de oposição exige-se muito mais: pelo menos, que nos diga o que, caso estivesse no governo, faria de diferente e de credivelmente vantajoso em relação ao que se faz actualmente.
Porque, nesta altura, o que cada vez mais se constata é a determinação do primeiro-ministro para, dentro do possível, garantir o crescimento do Produto Interno Bruto e criar as condições para a recuperação de tantos empregos, entretanto perdidos.

A desonestidade intelectual do PSD

O PSD parece querer dar razão ao seu fundador, que vê na sua estratégia actual o caminho certo para uma irreversível decadência. Trazer para a praça pública a contínua tese da suspeição a respeito das políticas deste ou do governo anterior sem adiantar medidas construtivas, que se propusesse executar em alternativa só tenderá a reforçar aquilo que a maioria dos eleitores portugueses já concluiu: o PSD tornou-se num daqueles casos em que fala, fala, mas não faz nada de concretamente positivo para o país e para a generalidade dos portugueses.
Vem isto a propósito do caso dos computadores Magalhães.

Ao sentir que o caso Freeport já deu o que tinha a dar e que o caso Face Oculta não conseguirá inculpar Armando Vara ou o primeiro-ministro, os estrategas laranja decidiram agora retomar algo que deveria merecer-lhes reparo. Senão vejamos: quando o Governo propõe estágios para os recém-licenciados, vêm dizer que devem é apoiar as empresas. Mas se se apoia uma empresa nacional, criando novos postos de trabalho e garantindo a centenas de milhares de crianças o seu primeiro contacto com a informática, aqui d’el-rei que deveriam ter lançado um concurso público. Independentemente de, assim, adiarem a concretização dessa notável medida estruturante para o futuro do país e de darem muito provavelmente o negócio a uma empresa multinacional, que concorreria e apresentaria decerto melhores condições quanto mais não fosse para eliminar a concorrência nacional.
É essa  desonestidade intelectual, que mais se destaca no actual PSD. E se aos pequenos partidos, que não querem nem podem chegar às responsabilidades da governação se pode tolerar a contínua tentação da maledicência de quem procura manter o leme na difícil conjuntura actual, ao principal partido de oposição exige-se muito mais: pelo menos, que nos diga o que, caso estivesse no governo, faria de diferente e de credivelmente vantajoso em relação ao que se faz actualmente.
Porque, nesta altura, o que cada vez mais se constata é a determinação do primeiro-ministro para, dentro do possível, garantir o crescimento do Produto Interno Bruto e criar as condições para a recuperação de tantos empregos, entretanto perdidos.

Afirma Assis

Em entrevista ao «Diário de Notícias» o líder parlamentar do Partido Socialista, Francisco Assis, considera que a oposição está a fazer a demonstração de que tem uma força maior no Parlamento, mesmo que seja mais destrutiva e no sentido de dissolver ou de impedir do que propriamente de construir, propor ou apresentar pela positiva.(…)
Para ele vivemos numa democracia de opinião, com muita exposição, emotividade e superficialidade, onde se tende a fazer considerações sobre tudo. Alguns silêncios também são um valor na vida política, pouco valorizados hoje em dia.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A contestação a Cuba

A notícia, já com duas semanas, surgiu no insuspeito «Público», que tanto tem sido veículo de divulgador de todos os argumentos críticos a respeito do regime castrista:
«Cerca de 400 membros do Congresso dos EUA receberam à volta de 11 milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros) de um grupo de apoio às sanções ao Governo cubano nos últimos cinco anos, segundo um relatório do grupo Public Campaign, que defende a reforma das regras de financiamento na política norte-americana.
O relatório, divulgado em vésperas da discussão das restrições nas viagens a Cuba no Congresso, mostra que alguns congressistas mudaram as suas posições em relação a questões relacionadas com Cuba meses depois de receberem verbas do US-Cuba Democracy Public Action Committee (PAC).»
Numa altura em que os portugueses têm sido bombardeados com o modelo de corrupção assente no pagamento de determinadas verbas para exequibilizar certos negócios, muitos norte-americanos consideram normal que os seus eleitos no Senado ou na Câmara dos Representantes aluguem as suas consciências a quem mais lhes pagar.
Como se diz nessa notícia o que os políticos de tais órgãos de poder defendem depende da quantidade de dólares, que vierem a rechear a sua conta bancária.
É claro que vestem, depois, tais posições de bonitas palavras relacionadas com democracia, liberdade de expressão ou direitos humanos. Como, se a esse respeito, os norte-americanos tivessem lições a dar às outras nações do mundo.

China: o filho único

Na ARTE vejo uma reportagem muito parcial sobre a política do segundo filho na China. Ao contrário do que eu próprio constatei o realizador encontrou uma maioria de casais contestatários a indignarem-se com a multa para quem prevarica nesse princípio. Fenómeno que favorece a corrupção dos funcionários, o envelhecimento da população, a clandestinidade de muitas crianças a viverem à margem do sistema e ao aborto de meninas. Está em causa a sobreposição do interesse particular ao interesse colectivo o que, pelo menos enquanto lá estive, nunca constatei…