sábado, 19 de dezembro de 2009

Trogloditas

É algo que constitui uma espécie de lei natural do género humano: toda a evolução social encontra pela frente uma contestação militante de gente, que sabe já ter perdido as guerras travadas em prol dos seus valores, mas persiste em adiar o mais possível a sua definitiva derrota.
Aconteceu assim com os esclavagistas. Repetiu-se com os opositores ao direito do voto das mulheres. E foi sempre assim até ao reconhecimento do direito ao aborto ou, actualmente, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mudam-se os tempos, mas nãos e mudam as vontades. Por muito que se procure dar mais direitos a quem ainda os não tem sem privar os de mais ninguém, há gente moralista com vocação para querer obrigar os demais a viverem de acordo com as suas ilusórias concepções naquilo que constitui um resquício de uma mentalidade totalitária.

Os que querem agora referendos para evitar casamentos entre pessoas do mesmo sexo são os que gostariam de viver num mundo em que a família resultasse da união entre um homem e uma mulher virgens até à noite da cerimónia e dispostos a só fornicarem com objectivos de procriação. Contraceptivos e divórcios seriam liminarmente proibidos. E as pobres crianças cresceriam em colégios religiosos aonde o catecismo seria mais importante que a biologia.
Não existiria melhor definição de uma mentalidade fundamentalista ao nível de um talibã!

Sem comentários:

Enviar um comentário