domingo, 13 de dezembro de 2009

Anacronismos

Um dos mais contundentes argumentos contra os detractores dos grandes investimentos públicos foi dado por Pedro Gonçalves, presidente da Soares da Costa, na cerimónia de adjudicação da linha do TGV entre o Poceirão e Caia. Segundo esse gestor a empresa irá ganhar assim competências que a ajudarão depois «a entrar em mercados aonde a ideia da alta velocidade começa a ganhar terreno» («Público», 13/12/2009).
Numa altura em que a solução para as grandes empresas nacionais reside na internacionalização eis que só projectos estruturantes como este o facultam garantindo que elas possam dar referências concretas da sua experiência em áreas de negócio, que crescerão exponencialmente no futuro.
Que o próprio Presidente da República tenha tido comentário infeliz no próprio dia da cerimónia só demonstra como até nas instituições o país continua dividido: enquanto uns querem pensar com largueza de horizontes perspectivando futuros melhores, há os que continuam a lembrar O’Neill quando falava de um país no diminutivo por pretenderem comboiozinhos, estradinhas e PMEzinhas…
Não admira que na mesma edição do jornal, o insuspeito Vasco Pulido Valente constate que o país se prepara para dispensar o PSD «como um anacronismo sem utilidade».

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