«Le Boyau de la Mort» é um monumento, que será por certo muito visitado no próximo ano, quando se iniciarem as comemorações do centenário da 1º Grande Guerra Mundial, e que, a exemplo do conflito em causa, perdurarão por quatro anos.
Esta trincheira da morte está conservada a cerca de 45 quilómetros da cidade belga de Bruges e servirá para evocar as condições em que toda uma geração europeia - inclusivamente portuguesa - foi obrigada a servir de carne para canhão na disputa das grandes potências do continente pelo domínio dos mercados, das vias de comunicação e das reservas de matérias-primas.
São muitos os portugueses, que tiveram avôs ou bisavôs a combaterem na Flandres, já que os políticos da I República avançaram para essa guerra como forma de evitarem a perda das colónias em África (particularmente ambicionadas por ingleses e alemães) e retirarem algum ganho adicional enquanto componente das forças vencedoras.
O problema foi que - e isso verificou-se com o meu avô paterno! - quem de lá veio trouxe um ódio de morte a Afonso Costa e aos republicanos em geral. E uma devoção espacial por Gomes da Costa, que lideraria o golpe do 28 de maio de 1926, donde emergiria o salazarismo. Por isso nas trincheiras da Flandres começou a redigir-se a declaração de óbito do regime implantado em 5 de outubro de 1910.
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