segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A GUERRA AOS REFORMADOS


É um facto cada vez mais notório o esforço dos «donos das vozes», que falam enquanto governo e possuem os meios de comunicação, em afastar os jornalistas e os comentadores mais dissonantes do processo de imposição de uma agenda ideológica em seu benefício. Abundam os camilos lourenços e os mários crespos, e são raros os testemunhos de um André Freire, de um Boaventura Sousa Santos ou de um Pedro Nuno Santos.
É por isso com algum espanto, que se vê publicado no símbolo mais evidente do «jornalismo de sarjeta», um texto de Fernanda Palma, com o qual é difícil não estar totalmente de acordo:
Os compromissos assumidos perante os reformados não podem valer menos do que os vínculos contraídos com credores que cobram juros desproporcionados num mercado financeiro sem regras ou limites. Quem faça o discurso de honrar os compromissos não pode sustentar a invalidade retroativa dos compromissos assumidos perante os cidadãos mais velhos e com menor poder negocial. E os argumentos "económicos" que consideram natural a colocação de capitais em offshores não têm nenhuma legitimidade para condenar uma parte da população a uma existência miserável.’
O que comprova que até os mais entusiásticos defensores de passos & companhia não conseguem evitar a disseminação de um discurso a eles totalmente contrário.

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