sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FILME: «Stranded» de Stuart McDonald



Sobre o tema do luto já vimos filmes muito mais interessantes do que esta média metragem australiana de 2005. Recordo, por exemplo, «O Quarto do Filho» ou «Caos Calmo» filmes de ou com Nanni Moretti.
É verdade que Stuart McDonald não era há sete anos, e muito menos se tornou desde então, mais do que um artesão despejado para a anónima carreira de realizador de séries televisivas. Mas reconheço que «Stranded» me incomodou o suficiente para ultrapassar a classificação de pastilha elástica e me ficar na memória, porque existe aqui uma família desestruturada a partir do momento em que a mãe se cansou da rotina, se enfiou num motel, ingeriu um frasco de comprimidos e morreu asfixiada no seu vómito. Agora temos o viúvo, Rex, que nunca sai de casa e vive abulicamente sentado no sofá, e duas adolescentes em clima permanente de guerra civil. A mais velha, Claudia, é a que vai fazendo compras , enquanto a mais nova se irá empregar numa farmácia donde regressa pedrada à força dos comprimidos, que dali vai subtraindo.
Surgem de permeio algumas falsas portas para um futuro alternativo: os pregadores, que os incitam a aderir à sua religião, uma mulher de passagem com os dois filhos e com evidente carência de um novo porto de abrigo e um empregado de caixa de um supermercado, cleptomaníaco nas horas livres.
Mas a reação mais eficiente deverá ser a do pai, que decide subitamente aceitar o passado tal qual aconteceu e seguir em frente com a reposição de novos equilíbrios. E a primogénita parte com o namorado para o Queensland à procura de um novo começo...



Sem comentários:

Enviar um comentário