terça-feira, 11 de dezembro de 2012

POLÍTICA: um acaso de governo


Se há verdades que têm de ser repetidas as vezes necessárias até não sobrarem iludidos quanto à inevitabilidade dos cortes de 4 000 milhões de euros  nas despesas do Estado Social é que eles não decorrem de qualquer imposição da troika. Como em muitas outras questões o Governo mente com todos os dentes, que ainda contam as bocas todas dos ministros, secretários de estado e deputados da maioria capazes de afirmarem o contrário nas televisões e nas rádios escutadas pelos portugueses. Como explicou António Correia de Campos ao «Diário de Notícias» o corte  resulta do erro da execução orçamental de 2012. O governo está agora a tentar tapar esse buraco depois de, pelo seu erro, ter desencadeado uma repressão económica fortíssima, impedindo que a economia continuasse a funcionar. No próximo ano vai ser o mesmo. Isto não tem nada que ver com a troika! São erros da governação atual.
É por esse estado de mentira larvar, que inunda todos os discursos do governo, que faz sentido o desabafo de Afonso Mesquita no blog «Câmara Corporativa»: o que por aí vemos, ouvimos e lemos já não é nem crítica nem descontentamento; é, pura e simplesmente, repulsa, nojo, que acabará em ódio.
Mas, convenhamos que  se trata, segundo Tomás Vasques em texto publicado no «i» um acidente na democracia portuguesa. E fundamenta: É um governo sem programa, nem opinião própria. Um acaso. Cá dentro, desde o primeiro dia, limita-se a aplicar as medidas que a troika lhe vai ditando, de três em três meses, acreditando que isso corresponde à “matriz ideológica” – ainda, por cima, mal assimilada - do grupo que tomou conta do PSD. Acham que as funções sociais do Estado são um empecilho para a economia, que desviam dinheiro apenas para “alimentar” uns indigentes que não querem trabalhar e usurpam atividades que os “privados” estão em melhores condições de satisfazer, quer na Educação, quer na Saúde ou na Segurança Social. 


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