Nos anos 20 do século XX um novo movimento chegava à fotografia, a Nova Visão, que ambicionava assumir uma forma de ver e de viver em claro contraste com o que se passara até então.
Primeira rutura: a linha do horizonte perdia a sua horizontalidade, pouco consonante com uma realidade vertiginosa e marcada por linhas em diferentes direções.
A objetiva passa a orientar-se para cima exaltando a grandeza dos edifícios ou no sentido contrário captando a desmesura da cidade.
Ciosos da ordem regida por diagonais, os fotógrafos influenciados pela estética desenvolvida por Dziga Vertov nos seus filmes, esquecem a Natureza, demasiado caótica para a sua apreciação visual. Pelo contrário as máquinas tornam-se fotogénicas enquanto símbolos de um imparável progresso.
Além de Aleksandr Rodschenko, cujas imagens visavam criar uma estética revolucionária paralela à transformação social da grande nação soviética, também importa salientar desse período a obra de Laszlo Moholy-Nagy no âmbito do movimento da Bauhaus.
Mas, embora proporcionando imagens de uma estética lindíssima, a Nova Visão não tardaria a evaporar-se com a repressão imposta na URSS a expressões artísticas consideradas formalistas e com a extinção da Bauhaus pelo novo poder nazi.
Ficou, porém, a memória de obras ainda hoje de grata visualização...
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