No nordeste da França cenário era de autêntica catástrofe: em 1960 acabara a exploração mineira de hulha, que dera fama à região, e Lens viu-se com uma imensa área em que a natureza ainda esteve distante de se conseguir sobrepor aos vestígios da atividade industrial.
Foi aí que o museu do Louvre escolheu a sua localização para a sua sucursal descentralizada, inaugurada esta semana. São 28 mil metros quadrados, anunciados e projetados por arquitetos japoneses e divididos por cinco edifícios envidraçados e em alumínio. Quatro retângulos e um quadrado ligados por ângulos, que lembram a geometria da sua sede parisiense.
Henri Loyrette, o presidente da instituição, reivindica um efeito de espelho entre a sede e a sucursal, sem que este se torne numa mini-réplica daquele. As obras expostas provém dos oito departamentos da casa mãe, mas a forma de as apresentar difere do habitual discurso museológico ao invocar a transversalidade cronológica num espaço gigantesco designado como a Galeria do Tempo.
A ideia é reunir o que estava disperso no Palácio parisiense confrontando artes de civilizações diferentes produzidos na mesma época.
Um sistema bastante complexo de rotações das obras (20% por ano) deverá tornar bastante atraente tal museu que planeia atrair anualmente 700 mil visitantes em 2013 e 550 mil em cada ano seguinte.
Da antiga paisagem mineira subsiste o poço de extração. Uma obra de «land art» a lembrar as antigas galerias e a visitar à saída da Galeria do Tempo.
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