Confesso que as expetativas em relação a este filme tinham sido algumas quando dele vira o trailer. Sobretudo pela presença de excelentes atores, como Judi Dench, Maggie Smith ou Tom Wilkinson e pelos sempre interessantes cenários indianos.
Quanto ao realizador, John Madden, a convicção já não seria tanta tendo em conta «A Paixão de Shakespeare», mas também não desmerecia de todo.
Foi, pois, com a maior abertura de espírito, que dediquei um par de horas ao filme. Concluído o genérico final, o que há a dizer? Que é algo como o melhoral: não faz bem, nem faz mal, a nível de entretenimento! Mas também não se mostra mais ambicioso do que isso a nível de entretenimento, porque os sete idosos de serviço correspondem a estereótipos bem circunscritos nas suas características, e o par indiano serve para dar o lado romântico, versão amores contrariados, a uma história apenas salpicada de algumas breves referências sociológicas relevantes: os call centers localizados no Terceiro Mundo, o racismo, a homossexualidade ou a solidão da idade madura.
Ficamos assim com Judi Dench no papel da viúva, que sempre se deixara infantilizar nos quarenta anos de casamento e a descobrir o lado prático da vida na sua nova aprendizagem; Tom Wilkinson enquanto juiz reformado, que vai para Jaipur procurar o jovem amante em quem pensou toda a vida, morrendo em paz e com o funeral a ele confiado; Maggie Smith como governanta, dispensada como supérflua na família aonde passara décadas a servir, e a descobrir a capacidade para vencer os seus preconceitos. Sobra o casal tão em crise, que já não tem nada que os una e acaba separado, ou os dois outros companheiros de viagem ainda apostados em darem satisfação à ansia por amores tardios.
Temos garantidos os adequados finais felizes para que saiamos do filme tão pacificados, que não nos voltamos a lembrar dele… mas que saudades temos das comédias de um Billy Wilder, que só podemos imaginar o que poderia fazer com este material!
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