POLÍTICA: ai acaba, acaba!

Estamos numa época em que (ainda) se considera perfeitamente natural a trafulhice, a falta de escrúpulos e o crime de carácter económico de uma minoria oportunista contra a grande maioria dos cidadãos a nível mundial. Um bom exemplo disso foi a reação desta semana do presidente executivo da Google que, instado a explicar os muitos milhões de dólares distribuídos aos acionistas graças às suas estratégias de fuga aos impostos por todos os países aonde opera, se declarou orgulhoso do feito e explicou ser essa a lógica do Capitalismo.
Muito embora o sistema económico teorizado por Adam Smith pareça sólido a quem o defende, os menos entusiasmados com as suas benesses não têm dificuldade em encontrarem fissuras por onde todo o seu edifício ameaça ruir.

É verdade que, já há século e meio, Karl Marx prognosticava o fim de tal organização económica, mas ela tem sido hábil em reciclar-se, em regenerar-se e fazer crer aos seus iludidos explorados o quanto é inevitável. Mas o processo de acumulação de capital em mãos cada vez mais exíguas não cessa e os empurrados para as margens dos seus benefícios crescem à dimensão das imensas manifestações que já constituem um enorme clamor contra este estado das coisas… e que irão pôr-lhe termo!