A banda sonora escolhida para hoje no blog é da autoria de Andrea Gabrieli, compositor e organista italiano, que viveu em Veneza e Verona entre meados de 1533 e 1586.
Ele terá sido aluno de Flamand Willaert antes de ocupar as funções de organista nas duas cidades em causa, nomeadamente na célebre catedral de São Marcos.. Um dos acontecimentos, que o terão influenciado: a viagem à Europa Central na comitiva de Alberto da Baviera e na companhia de Roland de Lassus.
Compositor talentoso foi incumbido de criar música para as grandes ocasiões, como foi o caso da inauguração do Teatro Olímpico de Paladio em Vicenza, em que ilustrou o «Édipo Rei» de Sófocles».
Na sua obra encontram-se Canções (Canzoni) e Ricercari (uma forma que antecedeu a fuga) para diversos instrumentos, Madrigais profanos de três a dezasseis vozes e relevantes composições religiosas: vinte e quatro Sacrae Cantiones (que são motetes a cinco vozes), quatro Missas a seis vozes, vinte e nove Motetes a quatro vozes e sete Salmos de David.
Nessas páginas o compositor liberta-se dos constrangimentos rigorosos da grande polifonia europeia, que predominaria até ao final desse século XVI, para realçar a força expressiva das palavras cantadas numa linguagem de textura mais arejada.
As oposições de coros, a variedade dos ritmos e das harmonias dão a tais obras uma coloratura característica do estilo veneziano.
Nos Madrigais acontece algo de semelhante, aliviando o contraponto e dando um tom mais expressivo às canções polifónicas , por vezes de ressonância popular.
Gabrieli prefigura assim as investigações, que não tardarão a culminar em breve na criação da ópera.
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