Às vezes ouvimos quem conjeture quão melhor seria a prática governativa se entregue às mulheres. Claro que se trata de uma hipótese redondamente falsa, já que a ética política não é uma questão de género, abundando nos dois sexos exemplos admiráveis de quem se preocupou em servir o bem público, ou de quem se comportou de forma crapulosa.
Das notícias de hoje ficam dois exemplos de mulheres para quem a política é o terreno de explicitação do que o ser humano pode ter de mais tenebroso.
Comecemos por Sarah Palin que, na sequência do massacre na escola de Newtown, resolveu intervir no debate sobre o direito de qualquer cidadão ter ou não armas na sua posse recomendando aos que ponham a sua fé em Deus e que “ignorem as elites políticas e os media”.
Ela, que não esteve muito distante de ocupar o segundo lugar na hierarquia política dos EUA, continua a revelar o quanto seria desastrosa a sua ação. Que quase nos faz perdoar a Biden e a Obama as desilusões, que nos criaram, em relação às práticas governativas nestes últimos quatro anos.
A outra mulher nada recomendável deverá ser eleita nesta quarta-feira como presidente da Coreia do Sul. Filha de Park Chung-hee, Park Geun-hye não só recusa dissociar-se da tenebrosa ditadura do pai como conseguiu um tal controle dos media, que as diferenças entre o que será o seu regime e o atual na Hungria poucas serão. Em aparência democracias, mas sem conseguirem disfarçar o carácter totalitário que representam para quem pense ou aja de forma diferente.
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