No facebook afirmei a minha intenção em não colaborar no recente peditório para o Banco Alimentar, porque, se nunca fui um defensor da caridadezinha tão do agrado das senhoras do antigo Movimento Nacional Feminino e das suas sucessoras de hoje, muito menos senti tal predisposição a partir do momento em que conheci as opiniões de Isabel Jonet.
E nem preciso de ir até à evidência de tais peditórios serem uma ótima oportunidade para Belmiro de Azevedo e os senhores do Pingo Doce conseguirem um fim de semana de excelentes vendas em produtos de distribuição reforçada para essa altura.
Argumento mais relevante tem a ver com o facto de Isabel Jonet servir de veículo ideológico da estratégia assistencialista deste Governo, enquanto trata de dar cabo do Estado Social. E não sou só eu a dizê-lo: no «Económico» de hoje o professor João Cardoso Rosas afirma-o sem rebuços ao abordar mais uma lamentável entrevista de tal senhora ao «i»: Quando Isabel Jonet vem agora dizer que a caridade é preferível não podemos desligar-nos de um contexto político no qual o Governo pretende impor um corte devastador no Estado social, em especial nas prestações sociais. Ou seja, os discursos de Jonet e do Governo funcionam em tandem. (…) Ao dizer que a caridade é preferível, Jonet está também a dizer, de forma sub-reptícia, que o Governo tem razão em cortar na solidariedade.
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