sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

POLÍTICA: os gangsters no poder


É certo que os factos são arrasadores, como aqui os descreve Sérgio Lavos no «Arrastão», mas meter laranjas e socialistas no mesmo saco enquanto responsáveis pelo clima nauseabundo de que o caso BPN é o exemplo mais paradigmático, parece-me exagerado. 
Se os governos de Sócrates terão sido «complacentes» com os gangsters do banco dos barões do PSD, acredito noutro tipo de explicação: o de uma atitude defensiva perante inimigos muito poderosos, que deveriam ser avaliados quanto à capacidade de boicotarem as linhas de orientação estratégicas definidas em S. Bento. Porque, quem me pode desmentir a possibilidade de toda a campanha suja desenvolvida contra o primeiro-ministro de então, desde a tomada de posse (com suspeitas nunca confirmadas em factos judicialmente comprováveis!),  não terá sido uma forma de tal mafia o manter manietado na sua ação?
Concordando assim com parte substancial da prosa do bloguista, discordo totalmente dessa mistificação quanto a um bloco central de interesses.
Vamos lá dizer as coisas como elas são: não há qualquer surpresa no convite de Relvas (por sugestão de Dias Loureiro, um dos principais conselheiros de Passos Coelho e de Relvas) ao seu companheiro de avental Franquelim Alves. O PSD é o alfa e o ómega da maior fraude financeira do Portugal democrático.
Bem podem os apoiantes deste Governo lamentar o buraco que até agora custou 8000 milhões aos contribuintes portugueses - já ninguém acredita na hipocrisia. Do secretário de Estado de Cavaco Silva, Oliveira e Costa, ao antigo conselheiro de Estado Dias Loureiro, o BPN foi o banco do PSD, para os negócios do PSD, uma fonte de riqueza instantânea para políticos laranja e um meio de perpetuar influências na sociedade portuguesa depois do fim do período áureo do cavaquismo.
(…) Trata-se de tráfico de influências, corrupção, o que lhe queiram chamar, ensaiado e mantido por quem tem detido o poder político em Portugal nestes últimos vinte anos. O elefante está no meio da sala, e só não vê quem não quer. A chegada de Franquelim ao Governo é a oficialização da banditagem PSD, e uma justa continuidade de um processo que já conheceu uma venda do BPN a um banco dirigido por antigo ministro laranja, Mira Amaral.

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