No «Diário de Notícias» de hoje, o ex-deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza aborda o comportamento dos banqueiros lusos e conclui o que se torna uma evidência cada vez mais redundante para os mais informados, mas que importa continuar a referir para benefício dos distraídos: ao contrário do que passos coelho se esforçou por repetir até á exaustão não foram os portugueses quem viveram acima das suas possibilidades, foram os seus banqueiros. Não só os gangsters do BPN (acertada a afirmação de João Semedo segundo o qual a melhor forma de assaltar um banco é ocupar-lhe os cargos de administração), mas também os ulrichs, os salgados, os amados, que cuidam da sua vidinha e da dos seus acionistas em manifesto prejuízo dos esmifrados contribuintes: Portugal precisa de um ajustamento estrutural da sua elite económica. Vivem claramente acima das nossas possibilidades. Capturam o Estado e fazem dele o alicerce da sua acumulação de riqueza, descapitalizando-o para o exercício das funções que uma sociedade frágil e pobre exige. Servem de intermediários da finança internacional e, como seus representantes em Portugal, põem e desfazem governos à medida das necessidades de negócio de cada momento. Zombam da lei e do interesse público. E, no fim, ainda têm o topete de fazer para a sociedade que os alimenta a apologia da miséria.
Se no tempo do Estado Novo podíamos acusar os alfredos da silva pelo seu envolvimento entusiástico aos métodos fascistas, tinham pelo menos o condão de pretenderem criar riqueza palpável (os tais bens transacionáveis!) e empregos (mesmo que mal pagos!).
Pelo contrário os atuais donos de Portugal querem exclusivamente cuidar dos seus interesses gananciosos sem mostrarem pinga de responsabilidade social. E é por isso que se torna urgente esse ajustamento estrutural dessa élite económica.
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