Jean Pierre Bemba, líder do Movimento de Libertação do Congo (MLC) comparece atualmente perante o Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra e contra a humanidade.
Em 2002 e 2003, em ajuda ao periclitante presidente centroafricano Félix Patassé, ameaçado por uma rebelião armada, Bemba deu «carta branca aos seus milicianos para pilharem, matarem e violarem.
Autorizada excecionalmente a acompanhar as investigações do Tribunal antes do processo, a realizadora revela o árduo trabalho dos investigadores.
Gloria Atiba-Davies, responsável da unidade encarregada das vítimas, desloca-se à República Centro-Africana para recolher testemunhos terríveis de crianças, homens e mulheres vítimas de violações coletivas e públicas.
Os médicos legistas analisam outros indícios das brutalidades exercidas enquanto o procurador geral Luis Moreno Ocampo descreve as tentativas engenhosas dos senhores da guerra para escaparem á justiça. Por isso Bemba permance arrogante, ciente na capacidade dos seus advogados para argumentem em favor da sua ilibação, para que se possa juntar à mulher e aos filhos, que aguardam o «bom pai» e o «atencioso esposo» ali mesmo ao lado na Bélgica, que lhes serve de refúgio. E em paralelo temos as imagens terríveis dos rostos das mulheres e das crianças violadas, que contam a forma como foram sujeitas à bestialidade dos criminosos.
Na cena final o miúdo da fotografia permanece frente à câmara com o seu instrumento musical rudimentar, indiferente à chuva que o fustiga. Ele quer dizer que está ali, atento, a aguardar por que lhe façam justiça.
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