Em 1935, «Pied Piper of Lovers» foi o primeiro romance de Durrell e teve como temas as suas experiências autobiográficas, quer na Índia durante a infância, quer em Londres já na transição da adolescência para a idade adulta.
O seu alter ego é Walsh Clifton, filho de um funcionário colonial inglês e de uma indiana, que morre durante o parto, situação com que se inicia a novela. Daí que venham a ser o pai John e a tia Brenda os responsáveis pela sua educação, que nunca consegue resolver o dilema entre a sua condição indiana e europeia. A tendência de Walsh será para privilegiar a primeira, já que o cristianismo lhe parece algo absurdo. Mas essa contradição persiste em Londres, para onde é enviado para prosseguir a educação e quando já cresce a consciência da mortalidade por efeito de um osso humano vislumbrado numa pira funerária e das obsessões mórbidas da avó.
A capital londrina atrai-o pelo ambiente boémio aonde cede a experiências homossexuais, enquanto vive sonhos eivados de simbolismo estimulados pela sua voracidade enquanto leitor.
Quando se dissocia desse ambiente em que o jazz serve de banda sonora, Walsh acaba por despertar para o primeiro grande amor da sua vida na pessoa de Ruth em quem não tardará, porém, a declarar-se uma doença incurável em fase terminal.
Ainda romance insipiente, «Pied Piper of Lovers» vale, porém, pelo facto de já nele constarem muitos dos temas recorrentes na bibliografia futura do autor.«Pied Piper of Lovers»
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