Na Arábia Saudita não existe uma única sala de cinema pública. Por isso conta a realizadora Haifaa al-Mansour: A minha sorte foi a de ter nascido numa família muito tradicional, mas de espírito muito aberto. O meu pai sempre quis que as filhas pudessem escolher a vida que quereriam ter e que fossem felizes.
Daí que Haifaa tivesse ido estudar cinema para a Austrália. Depois de alguns filmes técnicos para uma companhia petrolífera, três curtas metragens e um documentário sobre as mulheres sauditas, ei-la a assinar Wadjda, a sua primeira longa-metragem, que é também o primeiro filme inteiramente rodado na Arábia saudita e interpretado por atores sauditas.
Entramos assim numa casa situada nos arredores de Riade, aonde vive a família de Wadjda, uma miúda de 12 anos apreciadora de música rock e decidida a comprar uma bicicleta para acompanhar o seu colega Abdallah.
Não seria nada de anormal se não se soubesse que, na Arábia Saudita, as raparigas não podem andar de bicicleta. Mas a perseverança de Wadjda fá-la-á bem sucedida.
Que um filme como Wadjda exista é sinal em como algo está a mudar para os lados de Riade.
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