Sinto-me completamente identificado com o deputado Pedro Nuno Santos no artigo hoje publicado no «i» («Resgate sem Austeridade»), quando expressa o que espera do Partido Socialista quando, muito em breve, se anunciar o segundo resgate.
Reiterando o que ontem aqui escrevi («Cortam-se cabeças, mas a “festa” do césar das neves está aí a chegar») existirão muitos socialistas a insurgirem-se contra quem, dentro do Partido, mostrar tibieza perante as novas chantagens, que não deixarão de vir de Belém, de Bruxelas, de Frankfurt e, menos provavelmente, de Washington.
O que se adivinha a curto prazo exigirá fibra a quem lidera o Partido Socialista. Por isso subscrevo por inteiro o juízo de Pedro Nuno Santos quando ele afirma que esse será o momento definidor do PS, na sua afirmação como alternativa ao governo PSD/CDS e à sua política austeritária.
E com a forma como conclui o seu texto: O Partido Socialista só precisa de reafirmar nesse momento o que tem dito nos últimos anos sobre austeridade: “Não funciona, destrói a economia e afasta-nos cada vez mais dos objetivos de consolidação orçamental.” Também deve dizer que só aceita um segundo resgate se a filosofia subjacente for absolutamente alterada e levar em consideração muitas das conclusões dos estudos internos do FMI. Isto é, só deve aceitar o segundo resgate se os objetivos principais do mesmo forem o crescimento económico e o desemprego e não o défice orçamental e a dívida pública. Estes últimos devem passar a ser objetivos secundários e subordinados aos dois primeiros. Deve também exigir como condição prévia uma reestruturação significativa da dívida pública, como sempre defendeu o FMI. Menos do que isto não pode ser aceite por um partido socialista.’
Sem comentários:
Enviar um comentário