quinta-feira, 10 de outubro de 2013
IDEIAS: O novo papel da CIA nas guerras dos EUA
A estratégia norte-americana de defesa mudou nos últimos anos: de uma guerra aberta passou-se para a de tipo clandestino. As guerras futuras tenderão a ser muito diferentes das conhecidas anteriormente, com menos custos e riscos.
Recentemente debateram-se as medidas punitivas a aplicar à Síria de Assad até que Barack Obama pareceu renunciar a uma solução armada, rompendo com a política de George W. Bush, seu predecessor.
Enquanto a administração adota uma certa moderação militar, a estratégia está a mudar nos bastidores: Mark Mazzetti, laureado com o prémio Pulitzer em 2009, aborda o assunto em «The Way of the Knife» o seu livro acabado de publicar.
O jornalista do “New York Times” descreve uma guerra na sombra conduzida pelos EUA, ao abrigo dos olhares indiscretos e em que, a partir do 11 de setembro de 2001, a CIA se converteu num beligerante autónomo.
Mark Mazzetti explica que os serviços secretos, outrora criados durante a Guerra Fria, em 1947, como uma organização de espionagem, transformaram-se numa máquina de matar a soldo da Casa Branca em diversos teatros de intervenção contra o terrorismo: ataques com drones nas montanhas do Paquistão, homicídios a soldo na África do Norte, guerra ideológica no Golfo.
Esta estratégia tende a modificar-nos a perceção da guerra, tornando-a perigosamente antidemocrática, porque efetuada sem o controlo de quem lhe deve ajuizar a fundamentação e efeitos. Até porque levada por diante sem bases jurídicas que a sustentem.
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