O dia de ontem foi subordinado à educação, tendo como ponto alto a elucidativa entrevista a nuno crato.
Eu que, pecador me confesso ter andado pelo maoísmo nos verdes anos, ainda me espanto com e involução ideológica de muitos que, pelos anos 70, andaram embeiçados com a Grande Revolução Cultural e Proletária.
É certo que viríamos a descobrir nela um embuste de dimensão colossal mas, caramba!, se aderíramos a ideais de igualdade e de justiça para todos, porque é que eles se conservaram em muitos cinquentões e sexagenários apostados em defender o mesmo ideal de sociedade em moldes mais exequíveis, enquanto outros, como durão barroso ou este inefável crato, caíram exatamente no outro lado do campo de batalha nas lutas sociais e políticas do nosso tempo?
Há quem explique estes fenómenos à luz da psicologia, se não mesmo da psicanálise. Mas acredito que não serão áreas de investigação capazes de tudo explicarem. Até porque, à esquerda e à direita, sobra quem ostente as maiores convicções em função do protagonismo, que lhes é facultado. Dêem-se-lhes um penacho e ei-los a abanarem a cauda com a maior das prosápias!
Este crato é disso um bom exemplo: a SIC bem o mostrou convictamente a defender num seu programa em 2010 exatamente o oposto daquilo que, hoje, concretiza. É o que fazem os arrivistas, quando apenas desejam o poder pelo poder: mentirem com quantos dentes têm na boca, tão só vão assim assegurando o ilusório usufruto das mordomias de se ser ministro, de que não tardarão a ser espoliados ao verem-se empurrados para o merecido anonimato. O pior é o que entretanto estragaram tanto que muito custará a reparar!
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