Não sei quem serão os atuais especialistas em comunicação política do governo, mas quaisquer que sejam essas sumidades, ficamos a saber uma coisa: estão a dar passos decisivos numa estratégia, que se adivinhava, já se praticava com maior subtileza (por exemplo chamando “convergência” ao roubo praticado sobre as pensões dos reformados da Caixa Geral de Aposentações ou “requalificação” ao despedimento dos funcionários públicos), mas que ganhou agora uma maior clareza. Doravante o governo entende que os portugueses são completamente idiotas e aceitam, sem qualquer rebuço, as mentiras propaladas em sua intenção.
Senão, como entender a campanha lançada por mota soares para publicitar a política de promoção do emprego mediante o pagamento de 1% do salário a novos colaboradores das empresas privadas.
Entendamo-nos: para avançar com a contratação de um novo colaborador, suponhamos que por 500 euros, qualquer empresário sabe ter garantidos como custos totais - através dos subsídios de natal e de férias, do IRC, da contribuição para a Segurança Social, seguros e outras taxas - pelo menos mais 300 euros.
Sobrará ainda o lucro que conseguirá com as mais valias produzidas por esse novo colaborador, pelo que será admissível que nenhum gestor decidido a pagar 500 euros a esse novo colaborador o fará, se não tiver a expetativa de, com ele, acrescentar o triplo ao seu volume de vendas.
Perante estes números tão simples, que empresário acederá em aumentar o seu quadro de pessoal mediante o agora proposto subsídio de 5 euros?
Quem é que mota soares pretende enganar com esta falácia?
Mas o que este caso mostra é a sua presunção em como os portugueses não farão estas contas e engolirão a patranha de haver um governo decidido a arranjar empregos para os milhares de desesperados, que veem os meses a passar e os subsídios a esgotarem-se até ficarem na total indigência.
Urge que essa gente sinta que, de facto, os portugueses nada têm de idiotas!
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