Desde há 4,6 mil milhões de anos que o Sol nasce todas as manhãs, sempre fiel ao encontro para banhar a Terra com a sua luz. Mas é preciso aproximarmo-nos da sua superfície para compreendermos como ele é um astro continuamente tumultuoso e violento. As suas piores cóleras podem causar efeitos nefastos à superfície do nosso planeta.
Compreender o Sol significa alcançar o entendimento das forças que regem o Universo. Se conseguirmos perceber como controlar as suas forças estaremos em condições de explorar a energia das estrelas.
Tudo começou há cerca de 13 mil milhões de anos. Num instante o universo nasceu. Desde então não cessa de se expandir, composto por centenas de milhares de galáxias entre as quais se conta a nossa. Por seu lado esta comporta centenas de milhares de estrelas. No entanto se nos fixarmos num dos braços de uma das suas múltiplas espirais encontramos uma estrela quase banal, de tamanho médio e pouco brilhante.
Banal, e no entanto…
Nos planetas que dela ficam mais próximos (Mercúrio e Vénus) o calor é intenso.
À medida que aumentam as distâncias os raios enfraquecem até já não conseguirem contrariar o frio, que predomina no espaço sideral.
Mas, a meio caminho, situa-se o planeta ideal, nem demasiado quente, nem demasiado frio. Um planeta com a temperatura perfeita para que a vida floresça. Uma vida que só se torna possível por essa presença do Sol. É ele que permite o funcionamento da generalidade dos ecossistemas e a sobrevivência das plantas e animais neles inseridos.
Sem o Sol o nosso planeta seria um vasto deserto despojado de todas as formas de vida.
Conscientes da importância deste astro os homens sempre o veneraram. E sempre tentaram decifrar-lhe os segredos.
Mais do que templos, monumentos como o de Stonehenge são calendários e observatórios. Ferramentas destinadas ao estudo do Sol. E alguns deles ainda estão perfeitamente funcionais.
Nas Orcades, ilhas britânicas a norte da Escócia, sempre foi bem conhecida a importância do Sol. No verão os dias são longos, a luz intensa, mas em Dezembro tudo muda. Apesar do frio intenso dessa estação, prosperou aí uma civilização há cinco mil anos atrás, no Neolítico. Uma sociedade ainda com muitos vestígios na ilha. Ruínas, que ainda significam mistério, porque pouco se sabe do povo que aí viveu, mas deixou provas bastantes quanto à importância do Sol nas suas vidas. Erigida mais de um milhar de anos antes das pirâmides do Egito, Maes Howe é um dos melhores exemplos de arquitetura desse período da história da humanidade.
Ao entrar nele temos de nos baixar até nos encontrarmos num corredor estreito, que parece interminável. O solo parece elevar-se ligeiramente.
Entra-se depois numa segunda passagem, que dá acesso a uma sala inacreditável. O espaço mais amplo e de pé direito mais elevado que os orcadianos do Neolítico poderiam ter edificado.
Quando foi descoberto no século XIX e o seu pavimento foi escavado, o solo de argila estava repleto de caveiras humanas: tratava-se de uma câmara mortuária.
Durante quase todo o ano, a câmara está mergulhada na obscuridade total, mas no dia mais curto do ano, no solstício de inverno, ao pôr-do-sol ocorre um fenómeno surpreendente: infiltrando-se pelo interior do monumento o sol vem iluminar o interior daquela câmara.
A partir desse dia os dias começam a crescer. Portanto despertavam-se os mortos no dia mais curto do ano.
Demonstra-se assim que havia um conhecimento profundo do movimento de sol nos céus: é uma primeira etapa na compreensão do papel do sol e da sua influência sobre o planeta.
Viajando até aos confins do universo para melhor compreender o Sol, etse não deixa de nos reservar algumas surpresas.
Para os nossos antepassados a sua força residia na sua fiabilidade, na sua imutabilidade. Mas a realidade mostrar-se-ia muito diferente.
Muitas vezes o Sol é considerado como algo de estático. Quando afinal ele está em permanente mutação.
Os observadores modernos filtram a luz do Sol para conseguirem uma imagem nítida do que se passa à sua superfície. O verdadeiro retrato do Sol é o de uma superfície em contínua ebulição. Diferente de instante a instante, ela borbulha intensamente como se fosse uma enorme marmita de sopa.
Cada uma das bolhas aí detetáveis tem um diâmetro de mais de 1600 quilómetros. E o calor que trazem no interior da estrela faz subir a temperatura até aos 5000ºC, suficientes para derreter as rochas.
O Sol ocupa um volume enorme podendo engolir mil planetas como a Terra. Imensas explosões ocorrem a todo o instante com uma libertação de energia equivalente a milhares de bombas atómicas. Daí o interesse em perscrutar o interior do Sol, o sítio onde essa energia é gerada.
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