quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FILME: «Jack Reacher» de Christopher McQuarrie

Não foi filme, que colocasse na lista de prioridades até pelo facto de antipatizar militantemente com as cientologices de Cruise. Depois, o próprio cinema de ação deixou de ser, há muito, a minha onda, sobretudo quando os Van Dammes, os Seagals ou os Norris fizeram dele plataforma de motivação para ideologias muito pouco recomendáveis.
Mas, por outro lado, a motivar o investimento de duas horas para ver o filme havia a convicção de, a exemplo de quase todos os demais protagonizados por Cruise, adivinhar irrepreensível a sua concretização técnica, e as prometidas presenças no elenco de gente muito estimável: Richard Jenkins, Robert Duvall e Werner Herzog.
Ainda assim, e porque cautelas e caldos de galinha nunca são demais, foi forçoso atentar onde estariam presentes os pressupostos das conceções criadas por Ron Hubbard destinadas a estimularem novos crentes.
A história em si é linear, como é próprio deste tipo de cinema: um mauzão, ruim como as cobras, é acusado de assassinar aleatoriamente cinco pessoas, que estariam no local errado à hora errada. E as provas contra ele apresentadas pelo Procurador são esmagadoramente incriminatórias. De tal forma, que só parece faltar a marcação do respetivo passeio até à incontornável execução.
Vale-lhe uma advogada apostada em garantir-lhe um julgamento justo e esse misterioso Jack Reader, vindo de nenhures e para lá voltando depois de mostrar o outro lado da realidade: uma conspiração destinada a encobrir um homicídio encomendado e tendo por objetivo a conquista de posição dominante no mercado local da construção civil.
É claro que existem as habituais, e incredíveis perseguições automobilísticas, a corrupção de gente aparentemente acima de qualquer suspeita e umas quantas vítimas colaterais acrescentadas ao argumento para prolongar a história até às duas horas imprescindíveis ao projetado consumo das pipocas e da coca-cola durante duas horas de atenção ao ecrã.
O entretenimento é eficaz … mas convenhamos que tão efémero como o prazer momentâneo propiciado por qualquer pastilha elástica que se preze.



Sem comentários:

Enviar um comentário