Nos nossos hipermercados encontramos muita fruta e produtos agrícolas oriundos da África do Sul. Para além da elevada pegada ecológica, que a compra de tais produtos implica, desconhecemos o sacrifício investido por muitos trabalhadores sul-africanos para que eles nos surjam á nossa frente. E que é paradoxal tendo em conta o tempo já passado desde o fim do apartheid.
Existem 683 mil operários agrícolas na África do Sul. Muitos deles são trabalhadores sazonais ou imigrantes. E menos de 10% são sindicalizados.
Desde o início do ano estão a multiplicar-se greves e episódios de violência nos campos do Cabo Ocidental, uma das regiões mais ricas do grande país africano do hemisfério sul.
Face a essa crescente violência, o governo decidiu aumentar o salário mínimo dos trabalhadores agrícolas para 9 euros por dia em vez de seis euros.
Alguns fazendeiros - que nada parecem ter aprendido com os seus vizinhos do Zimbabwe! - consideram esse aumento exagerado e não hesitam em despedir os seus colaboradores. Mas os trabalhadores agrícolas prosseguem a luta: não se trata só dos salários, mas também das condições em que o trabalho é executado e a qualidade de vida que propicia. É que muitos deles são obrigados a suportar condições insalubres nos seus locais de trabalho.
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