Uma mulher, aparentemente bem sucedida na conjugalidade e no emprego de vendedora imobiliária, vive uma situação excecional: vê um homem prestes a atirar-se do Viaduto Duarte Pacheco e tenta salvá-lo com um beijo nos lábios. Em vão, já que ele leva por diante o seu propósito, deixando-a a contas com uma paixão arrebatadora, capaz de tudo pôr em causa.
Todas as referências, que tinham até então garantido a estabilidade do seu quotidiano, desaparecem. Porque ela vai viver a obsessão de tentar compreender quem era esse Guilherme, nem que para tal se insinue na respetiva família como seua amante. E descobrirá assim essa prestigiada escritora, demasiado enamorada de si mesma e do seu sucesso mediático, para dar a atenção exigida pelos filhos.
Na sua primeira longa-metragem Vicente Alves do Ó quis transformar Rita Loureiro numa Kim Novak enleada num clima misterioso ao jeito de um «Vertigo». A cinefilia é uma evidência, que entra pelos olhos adentro, mas não basta para suprir as fragilidades de um argumento e de uma direção de atores a carecerem de melhor talento.
Mas o filme não deixa de ser estimável dentro de uma cinematografia, que também deve conter este tipo de produções medianas e bem intencionadas.
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