Nunca esquecerei aquela professora do Liceu D. João de Castro (secção de Almada) que iniciava as suas aulas de Canto Coral com a interpretação deste tema de Mozart no desafinado piano da sala de aula.
Porque se trata da forma como Mozart imaginou uma marcha turca faz todo o sentido evocá-la na interpretação irreverente do pianista Fazil Say como homenagem à sua própria rebeldia contra os salafistas do seu país, que o acabam de condenar por supostas opiniões blasfemas nas redes sociais. O que demonstra aquilo de que desconfiamos: por muito «moderno» e «democrático» que se queira apresentar o regime de Erdogan continua a ser intrinsecamente fascista desrespeitando o direito à liberdade de expressão. E que ser ateu, hoje em dia, ainda comporta injustificáveis riscos ... por muito que quem de tal se invoque a considere a condição mais racional de uma realidade onde deus constitui uma singular aberração...
Sem comentários:
Enviar um comentário