Abordei este filme há já algumas semanas, quando ele constituiu uma agradável surpresa por constituir uma proposta completamente diferente do que vem sendo habitual no cinema de Hollywood.
Estreado há sete anos não conheceu uma carreira comercial digna do seu valor, o que poderá justificar-se pela condição homossexual do seu protagonista e pela forma irreverente como mostra o ambiente da política na capital norte-americana, mesmo que filtrada pelos olhos das mulheres dos políticos aí colocados.
Filho de um senador, Carter Page, homossexual na vida íntima, é acompanhante das mulheres da alta sociedade de Washington DC: ele faz de cavalheiro disponível para as entediadas esposas dos políticos e lobistas nas cerimónias públicas a que devem comparecer. Ademais, todas as semanas ele alimenta as bisbilhotices e joga às cartas com três dessas clientes e amigas, todas elas esposas de políticos muito influentes.
Um dia, uma delas, Lynn Lockner, encontra o respetivo amante assassinado e pede ajuda a Carter para a livrar desse sarilho. Mas só faz com que ele passe a encabeçar a lista dos suspeitos.
Eterno homem sombra, Paul Schrader ficou mais conhecido pelas suas colaborações com Martin Scorcese - para quem escreveu os argumentos de «Taxi Driver», «O Touro Enraivecido», «A Última Tentação de Cristo» - do que pelos filmes por si assinados, mesmo que numerosos. Entre eles «Blue Collar», e «Adão Renascido».
Para este thriller ele reúne um elenco admirável em que se contam Lily Tomlin, Kristin Scott Thomas, Lauren Bacall e sobretudo Woody Harrelson, o qual desempenha um tipo de personagem completamente diferente do seu registo habitual. Aqui ele é um prostituto ambivalente, que mistura o requinte com o sotaque sulista
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