Um dos artigos mais interessantes destes dias foi o de João Pinto e Castro no «Diário Económico» aonde se interroga sobre os doze mil milhões de euros desaparecidos da economia portuguesa por efeito da teimosa persistência de vítor gaspar nesta política de austeridade sem contemplações pelos péssimos resultados dela decorrentes. E põe em causa o discurso tonto de quem contestava as obras públicas do passado como despesistas, porque essas pelo menos geravam emprego e davam sustentabilidade a tantas empresas entretanto assassinadas: Pessoas preocupadas com a má despesa pública fulminam a rotunda supérflua, o pavilhão gimnodesportivo subutilizado, a estrada onde passam poucos carros. Mas em todos esses casos, ficou apesar de tudo alguma coisa que podemos ver e, se necessário, utilizar. Ao passo que a obra de Gaspar consiste apenas e só em queimar dinheiro numa pira funerária, provocando directa e activamente a degradação das condições de vida de milhões de pessoas. Destruição a troco de nada, portanto.’
Outro economista prestigiado e ponderado, Manuel Caldeira Cabral, vem no «Negócios» abordar precisamente a falta de correspondência entre os resultados que deveriam advir da fanática teoria de gaspar e a sua concretização na prática. Demonstrando a falácia da falta de competitividade da economia portuguesa pelos “elevados” custos unitários do fator trabalho: É preciso que as finanças tenham a humildade de reconhecer que a realidade não está a seguir o quadro teórico em que assenta a sua política de competitividade e retoma do crescimento.
As exportações portuguesas cresceram mais em 2006 e 2007 ou 2010 e 2011, em que os custos unitários de trabalho não tiveram uma evolução muito diferente da dos países da UE, do que em 2012 e 2013, apesar do afundar dos custos unitários de trabalho em Portugal.’
É por isso cada vez mais evidente o papel antipatriótico de gaspar para um número progressivamente maior de portugueses. Sobram cada vez menos dúvidas em como esse ministro não mostra qualquer preocupação com a miséria, a fome, o desespero, que tem provocado em tantos milhares de compatriotas. Conquanto receba ilusórias deferências dos schaubles e dos rehns, gaspar fica com o seu ego devidamente satisfeito. O problema é que os portugueses estão-se completamente marimbando para a autoestima do ministro e estão, sobretudo, carentes de uma outra forma de fazer política, que venha ao encontro dos seus interesses. O texto de Ana Sá Lopes, no «i» vem na linha do que vão consciencializando esses cidadãos, que não tardarão a empurrar os gaspares para o caixote do lixo de onde nunca deveriam ter emergido.
Vítor Gaspar é o líder dessa quinta coluna incapaz de colocar os interesses nacionais - não implodir o país através do aumento do desemprego, por exemplo - à frente dos interesses dominantes na troika e no Norte.
Essa quinta coluna não só partilha a teologia da austeridade com mais fanatismo do que os seus Papas como tem uma ideologia de classe evidente - enquanto o accionista Estado se abstém na atribuição dos prémios milionários aos gestores da EDP, prepara-se para cortar nos mais fracos, os doentes e os desempregados.’
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