quinta-feira, 18 de abril de 2013

IDEIAS: A inspiração criativa


Alerta-nos Vladimir Jankélévitch: temos uma espécie de pudor ao falar de inspiração, porque ou evoca-nos a sua vertente religiosa, que nos tende a movimentar para os terrenos da transcendência, ou o conceito do romantismo, passível de nos atirar para uma espécie de genialismo amadorístico.
Em «La Pensée Vive» a filósofa Marianne Massin  procura um outro tipo de inspiração, que não se enquadre nem na teologia da inspiração vinda do céu, nem na figura pueril do poeta apostado em ouvir a palavra de uma musa. A primeira etapa de busca dessa outra forma de inspiração residirá em fazer o suposto inspirado sair da sua passividade.
Comecemos, então por constatar que a inspiração está omnipresente no contemporâneo. Olhemos à nossa volta e encontramos continuamente estímulos para essa inspiração de algo novo: de facto, não podemos ser inspirados espontaneamente. Embora, aquele que é inspirado seja o intérprete de algo que lhe escapa.
Há, pois, uma injunção permanente para ser inspirado, para ser criativo. A inspiração acaba por resumir-se a estaratento a todas as subtilezas oferecidas pela realidade. Não se contentando com esse momento em si, mas trabalhando-o depois na nossa própria intimidade.
A inspiração não é apenas o momento em si da inspiração, mas o de todo o trabalho por ela suscitado...



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