quarta-feira, 12 de março de 2014

POLÍTICA: passos coelho já chegou ao seu Estalinegrado!

Na memorável conclusão do seu filme «O Grande Ditador», Chaplin emite um discurso, de que me recordei durante o dia de ontem quando, na sequência do Manifesto pela Reestruturação da Dívida, surgiram reações histéricas de passos coelho e de alguns corifeus do seu partido.
Dizia o personagem do filme: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Vem isto a propósito do desencanto, que se tem apossado de muitos de nós, quando vemos outros povos levantarem-se violentamente contra os seus governantes e tardarmos em assistir a igual reação nos depauperados portugueses.
O jogo de forças entre a propaganda do governo e todos quantos têm dele sofrido cortes e mais cortes nos seus rendimentos tem sido tão desigual, que parece inevitável o acomodamento à resignação para que os principais responsáveis da Igreja Católica e o inquilino de Belém têm apelado.
É por isso que este Manifesto abre novas esperanças. Porque os brandos costumes dos portugueses têm-se revelado um mito em muitas alturas da sua História, quando uma súbita explosão social vem demonstrar apenas a evidência de um copo lentamente cheio, subitamente extravasado por anódina gota.
Ao constatarem a pluralidade das proveniências ideológicas dos subscritores do Manifesto, os portugueses só podem comprovar a existência de um consenso muito alargado contra quem o vem verbalizando em palavras, mas nunca em atos.
Por isso mesmo passos coelho exprimiu tal nervosismo:  se ele tivesse conhecimentos suficientes de História saberia que já chegou à sua batalha pessoal em Estalinegrado. E que, doravante, será sempre a recuar até ficar cingido ao seu bunker.
Para já ele e a sua clique estão suficientemente encostados às cordas para não esconderem o medo de verem perdido todo o esforço investido em fazerem recuar o país quarenta anos!


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