Já passaram uns dias sobre a entrevista emitida pela SIC a durão barroso e, depois, transcrita para o «Expresso».
Tendo em conta a falta de qualidade da personagem, não valeria a pena revisitar essa peça «jornalística» se ela não indiciasse uma estratégia, que se começou a esboçar no mais recente congresso no Coliseu: a ascensão de vários barrosistas dentro da estrutura do PSD para tomarem dele conta quando passos coelho for atirado para o lixo como imprestável e irrecuperável.
Compreende-se assim uma das mais mediáticas afirmações do entrevistado: “Eu já disse várias vezes ao primeiro-ministro que há limites para uma certa política”.
Como ler esta frase de outra forma, que não a da preparação para o guião com que durão barroso se apresentará ao eleitorado em 2016: como crítico contundente de tudo quanto o já finado governo de passos coelho tenha, entretanto, feito.
Mas será que durão barroso nos quer tomar todos por parvos? É certo que a barriga está-lhe cada vez mais proeminente, mas chegará o momento em que o seu arrivismo feito de querer ir empurrando o mundo com o seu discurso oportunista se virará contra ele e o devolverá tipo mola à anónima irrelevância de onde nunca deveria ter saído.
É certo que a direita tem a sua estratégia bem delineada e não se estranhará a intenção de balsemão em promover o testa-de-ferro, que se seguirá, mobilizando para tal o seu dileto discípulo ricardo costa.
Acabada a fase em que os direitos dos trabalhadores tenham sido reduzidos ao mínimo exigível pelas minimalistas normas internacionais e transferida a riqueza dos mais pobres para os mais ricos sem ultrapassar a linha vermelha, que transforme as manifestações bem comportadas da CGTP em insurreições descontroladas, essa direita dos interesses financeiros, das empresas de distribuição e da grande indústria precisará de alguém mais capaz de gerir ilusões do que os desgastados rostos cimeiros desta coligação.
Desinteressada de marcelo, que só lhe serve de bufão dominical, ou de um rui rio meio parolo, a direita pretenderá vender a imagem de quem terá lidado (mesmo que de cócoras!) com os que ainda mandam no mundo. Por isso mesmo, durão barroso sustenta a tese de um presidente a ser eleito com o apoio dos socialistas e do psd, julgando-se ainda na fase do «porreiro, pá!».
Por muito que a SIC, o Expresso e outros meios de comunicação social disseminem mensagens de apreço por durão barroso, dificilmente ele conseguirá libertar-se da imagem, que já o fez passar por apuros da vez em que se julgou com imagem suficientemente benigna para ir ao teatro em Almada. Há quem não esqueça a sua subserviência nas Lajes perante a despudorada cowboyada de george dabliú. Há quem o veja como o criado de quem angela merckel se serviu para precipitar a vida de milhares de portugueses num verdadeiro inferno.
E, sobretudo, haverá quem, de sobra, alertará para o novo estratagema dos suspeitos do costume para continuarem a fazer os seus bons negócios enquanto todos os outros darão tratos à vida para saberem como poderão sobreviver com um mínimo de dignidade!
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