Uma rapariga e um rapaz à noite, na varanda da casa da avó deste último em Luanda, quando ocorre um apagão por toda a cidade. O que lhes abre a oportunidade para a partilha das confidências de mãos dadas: o escuro às vezes não é falta de luz mas a presença de um sonho. Porque a falta de luz também inventa mais tempo para as pessoas estarem juntas, devagar. E assim chegarem à cumplicidade dos afetos...
A noite faz-se concha e aconchego, como se dois mundos, nessas gotas de negrume, fossem um só.
Temos, pois, um livro encantatório sobre o primeiro beijo, ciente de se abeirar de uma forma particular de expressão literária: A poesia não é a chuva, é o barulho da chuva.
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