(a propósito do documentário «Wicked Pirate City» de Chris Lent, 2011)
Neste excelente documentário mergulhamos nas águas caribenhas para reviver a cidade jamaicana de Port Royal, a capital dos corsários britânicos no século XVII, durante a idade do ouro da pirataria nas Caraíbas.
Neste excelente documentário mergulhamos nas águas caribenhas para reviver a cidade jamaicana de Port Royal, a capital dos corsários britânicos no século XVII, durante a idade do ouro da pirataria nas Caraíbas.
Recuamos, pois, a 1665, quando os britânicos conquistam a ilha, que era até então pertença da coroa espanhola, e aí fundam a nova cidade, que logo atrai colonos e aventureiros.
Em pouco tempo o pequeno porto onde pouco acontece, torna-se na escala principal dos corsários, que atuam nas águas vizinhas com a bandeira britânica desfraldada.
Com a complacência do governador - que recebe a sua percentagem - Port Royal transforma-se na base donde partem os navios, que irão atacar os fortes e os galeões espanhóis para os espoliarem do ouro, que contêm.
A cidade ganha vida com as tabernas, as salas de jogo e os lupanares: a presença de mais de mil e quinhentos corsários faz dessa cidade portuária uma das mais depravadas, mas também uma das mais ricas do seu tempo. Vive uma idade do ouro, que se interrompe bruscamente em 7 de junho de 1692, quando um sismo destrói e submerge dois terços da cidade.
Passados mais de três séculos, uma equipa internacional de arqueólogos marinhos percorre as águas da baía à procura de vestígios da cidade submersa.
Recorrendo a cenas de reconstituição do ambiente e dos factos ocorridos no século XVII, a testemunhos de historiadores e a sequências dos mergulhos efetuados pela equipa científica, o documentário de Chris Lent ilustra o quotidiano dos piratas das Caraíbas naquela época. Entre eles avulta o lendário capitão Henry Morgan, um dos flibusteiros mais respeitados e temidos do seu tempo pelas suas vitórias brilhantes contra os espanhóis. Nomeadamente no ataque e saque à cidade de Portobello, que ainda hoje é evocada numa das mais conhecidas ruas de Londres.
O filme informa sobre alguns dos aspetos menos conhecidos da vida desses piratas: como elegiam o seu comandante, como partilhavam o que saqueavam, como continuavam a apoiar os que tinham ficado estropiados em expedições anteriores.
O ambiente da pirataria caracterizava-se pela camaradagem e pelas regras democráticas, constituindo um verdadeiro elevador social para numerosos zés-ninguéns chegados de Inglaterra. Mas a afirmação dos grandes latifundiários vai põr fim a este parêntesis da História e relegar os piratas para a condição de figuras míticas da cultura popular.
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