Em 2012 os telejornais deram grande relevância à descoberta de 1406 quadros em casa do filho de um marchand de arte, que colaborara ativamente com os nazis, o que abria sérias dúvidas sobre a proveniência dessa coleção.
O ancião em causa, Cornelius Gurlitt, já octogenário, fora apanhado em 2010 na fronteira suíça com nove mil euros em dinheiro o que despertou as suspeitas do fisco alemão quanto ao seu envolvimento em práticas ilícitas.
Mais tarde, uma busca à sua residência em Munique, revelara-o possuidor de 96 pinturas, 675 estampas, 140 aguarelas e 299 desenhos de, entre outros Courbet, Matisse, Picasso, Renoir, Toulouse-Lautrec, Max Liebermann, Kirchner, Klee, Kokoschka, Nolde e Munch.
As obras ficaram à guarda das autoridades e só dois anos passados sobre o sucedido é que dele se soube por intermédio de uma revista alemã.
Donde provinham esses tesouros?
Cornelius Gurlitt assumiu-se como o seu proprietário legal porquanto pertenceriam ao pai, Hildebrandt Gurlitt, homem de rostos múltiplos, colecionador reputado , conservador de museus e historiador de arte, falecido em 1956 na sequência de um acidente.
Nos anos 30 Hildebrandt dera a conhecer artistas inovadores, que os nazis não tardariam a qualificar de criadores de “arte degenerada”. O que não o impediu de se colocar fielmente ao serviço de Hitler, que o incumbiu de organizar o seu futuro museu.
Colocou-se a questão: será que a coleção encontrada ame casa de Cornelius terá sido constituída a partir de bens espoliados às famílias judias e aos museus dos países ocupados pelos nazis? Saberia o ancião da possível ilegalidade de tais tesouros?
A investigação contida no documentário acaba por não chegar a uma conclusão definitiva...
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