Se no «Eixo do Mal» costumo concordar com muitas das opiniões de Clara Ferreira Alves, as que expressa no «O Que Fica do que Passa» do canal Q, em que tem por contraditor o pseudo-historiador rui ramos, vêm-se revelando confrangedoras. Porventura pela contaminação negativa de quem se senta à sua frente?
Por exemplo na edição da noite transata tentou demonstrar a incoerência dos dirigentes dos principais partidos do que a direita costuma crismar de «arco da governabilidade» e engasgou-se quando se tratou de António José Seguro. Bem pôs a cabeça a andar à roda para denunciar uma situação em que o atual líder socialista tenha dito algo e, depois, o seu contrário, e … não encontrou!
A tese morreu-lhe, pois, ali.
Mas a tendência cada vez mais ambígua da conhecida comentadora do «Expresso» não se ficou por aí pondo-se a carpir por a família tradicional estar a regredir em função de avanços civilizacionais como os da votação verificada na Assembleia da República à conta da co-adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
Para Clara Ferreira Alves estaríamos perante a necessidade de voltarmos aos valores religiosos como forma de voltar a agregar aquilo que ela vê como uma sociedade em desagregação com o número cada vez maior de pessoas a viverem sozinhas ou em união de facto. Como se não estivéssemos perante uma dinâmica social a que a imposição de preconceitos pusesse um travão. Receosa de um futuro, que vê cada vez mais como decadente, ela assume posições conservadoras. O que dá para ajuizar que, depois de muitas posições de grande lucidez - nomeadamente quanto à governação de José Sócrates! - a jornalista está numa deriva aparentemente irreversível para um cada vez maior conservadorismo...
Sem comentários:
Enviar um comentário