Na próxima terça-feira, dia 4, o canal franco-alemão ARTE apresenta o documentário «O Futuro segundo Starck» em que o célebre designer vai ao encontro de muitos dos que pensam o futuro e o conjeturam segundo aquilo que o presente permite antecipa-lo.
É o próprio Philip Starck quem diz numa entrevista que existe uma grande diferença entre os visionários e os idiotas, que podem possuir uma grande convicção nas suas previsões, mas que as verão desmentidas pela realidade.
Um filme desse tipo deverá ser sempre visto com a reserva com se liam os livros da coleção Argonauta em tempos que já lá vão. Mas com o prazer que eles nos costumavam dar quando perspetivavam para este início do século XXI viagens interplanetárias e encontros com civilizações extraterrestres. Mas como nos vendiam a ideia de que Júlio Verne como alguém que acertara em muitas das expectativas por ele descritas, víamos quase todos os autores da geração de Arthur C. Clarke ou Philip K. Dick como seus émulos. Para além de nos fascinarem com a sua fértil imaginação.
Ainda assim a limitação mais óbvia deste tipo de documentários tem a ver com a previsão de grandes avanços científicos, mas esquecerem os efeitos sociais de tal evolução. Porque Marx fez-nos ver que a diferentes meios de produção corresponderão distintos modelos de sociedade. O que nos leva a formular o desejo de ver surgir um tipo de tecnologia, que facilite o desaparecimento do capitalismo e faça emergir um tipo de sociedade mais propícia à sustentabilidade dos ecossistemas, à libertação do homem das suas tarefas mais penosas e crie riqueza bastante para poder vir a ser mais igualmente distribuída...
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