Um presidente a virar costas ao compromisso constitucional de representar todos os portugueses e não apenas a sua fação, ao mesmo tempo que alimenta o anedotário internacional com a sua suscetibilidade às metáforas circenses.
Um primeiro-ministro, que enganou conscientemente o eleitorado através de promessas logo atiradas para o caixote do lixo, para cumprir o programa ideológico de ajuste de contas com o Portugal de Abril.
Um ministro das finanças, que se vangloria de não ter sido eleito, porque se soube, logo de início, proposto pelos credores internacionais a fim de lhes garantir o esbulho dos limitados rendimentos dos portugueses.
Um ministro de estado e dos negócios estrangeiros, que quis ser o provedor dos contribuintes, dos reformados e pensionistas e deles se esqueceu durante dois anos, começando a lembrar-se dos últimos, quando agora pressente uma retribuição na mesma moeda por quem se sentiu por ele abandonado.
Estes dois anos foram elucidativos quanto à (falta de) qualidade dos nosso políticos de direita, que se esqueceram de quaisquer dos princípios da democracia cristã com que, no passado, pretendiam fazer dourar a pílula aos explorados.
Precisamos de dar uma séria volta a esta revoltante situação. Fazendo votos de que se cumpram os desejos formulados pelo jurista Tomás Vasques no jornal «i»: É comum dizer-se que, depois desta crise, nada voltará a ser como era. Esperemos que não, sobretudo na exigência de mais democracia, mais transparência, mais fiscalização e participação dos cidadãos.
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