O artigo de Mário Soares na edição de hoje do «Diário de Notícias» é bastante crítico sobre o comportamento de cavaco silva, que persiste em considerar legítimo um (des)governo odiado pela maioria dos portugueses: O Povo, os professores, os desempregados (mais de um milhão), os que passam fome e os ricos conscientes, os militares, os cientistas e até os economistas mais lúcidos, não suportam mais este Governo. E o Presidente da República continua a chamar-lhe legítimo, quando o Tribunal Constitucional parece querer reprovar, pela segunda vez, o Orçamento que lhe foi apresentado? Quando as centrais sindicais, os parceiros sociais e a maioria dos partidos políticos o reprovam. Mesmo o PSD, na sua esmagadora maioria. Atenção: está-se a brincar com o fogo!
O antigo presidente já estranhou anteriormente o comportamento timorato de paulo portas perante políticas totalmente opostas àquilo que sempre foi defendido por ele nas suas deambulações por feiras e centros da terceira idade. E chegou a aventar a possibilidade de termos o líder do CDS chantageado por algo de comprometedor na posse das eminências pardas, que se acoitam por trás de passos coelho e utilizado para o manter mais calado do que se julgaria compreensível.
Agora, Mário Soares vem juntar cavaco silva a essa teoria da conspiração, cuja veracidade ou negação ainda está por esclarecer: É caso para se pensar: estará o Senhor Presidente Cavaco Silva a ser chantageado, como tem sido o ministro Paulo Portas, e daí os seus ziguezagues políticos? Não quero acreditar. Mas de qualquer modo o Presidente deve refletir e mudar rapidamente, porque está a seguir um caminho errado e muito perigoso. Para o País e para ele.
A concluir o seu texto a situação alemã também não escapa ao crivo do fundador do Partido Socialista. Mormente identificando as progressivas contradições entre Merkel e Schäuble impostas pela realidade cada vez mais inquietante da mais pujante economia da União Europeia, subitamente a acusar sinais de gripagem: Curiosamente as dificuldades da Alemanha começaram a aparecer. A sua economia cresce pouco, um ou dois por cento, e dificuldades sérias estão à vista. O que obriga a chanceler Merkel a refletir - porque estão a aproximar-se as eleições e o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, continua implacavelmente sem mudar de opinião como fanático neoliberal que é.
Sem comentários:
Enviar um comentário