Má sorte terão tido as mulheres afegãs ou iraquianas com a política norte-americana para os seus países.
Esta semana ficámos a saber do caso de uma rapariga afegã obrigada a casar com um homem mais velho para ser obrigada a prostituir-se pela família deste último. Ora, segundo a nova legislação aprovada no parlamento de Cabul, ela não poderá reclamar, porque nenhuma mulher afegã fica autorizada a prestar depoimentos contra seus familiares.
Noutra notícia a Human Rights Watch informou existirem milhares de mulheres sunitas presas ilegalmente no Iraque só por serem familiares de homens procurados pelas autoridades xiitas. Entre os maus tratos a que se sujeitam está incluída a violação.
Se tivermos presente que, antes de Reagan apoiar os talibãs para derrotarem o regime próximo dos soviéticos, as jovens afegãs podiam passear-se placidamente de minissaia pelas ruas de Cabul e que, no Iraque de Saddam, a mulher possuía os direitos de igualdade próprios de um regime laico, bem podemos concluir como as intervenções ditadas pela Casa Branca funcionaram invariavelmente em desfavor das mulheres dos países em causa.
Resta esperar que a recente vitória das mulheres tunisinas ao conseguirem o reconhecimento dos seus direitos contra a tentativa islâmica de impor a sua subalternização, possa ter um efeito propagador ainda longe de se visualizar como exequível a curto prazo...
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