Uns dias atrás os que tinham da atriz Scarlett Johansson uma ideia positiva foram obrigados a rever a sua opinião, quando se soube da sua participação no anúncio publicitário a um refrigerante fabricado num colonato judaico em território ocupado da Palestina.
Aquilo que poderia ter-se julgado prova de ignorância depressa se esclareceu quando, instada a escolher entre manter-se nesse anúncio ou como embaixadora da organização não-governamental Oxfam, ela optou pela primeira. Não se pode, pois, argumentar o seu desconhecimento quanto à sua cumplicidade ativa com os crimes perpetrados pelo regime sionista em defesa dos seus colonatos.
Doravante não se poderá olhar para as suas interpretações em filmes sem a conotar com a extrema-direita liderada por Netanyahu, que tomou de assalto as principais instâncias de poder do país fundado por Ben Gurion.
É claro que o governo de Telavive veio, de imediato, reclamar uma significativa vitória quanto ao seu reconhecimento, que demonstraria uma brecha no progressivo isolamento internacional a que vem sendo sujeito.
Mas talvez tenha sido demasiado precipitado nos foguetes, que se apressou a lançar: é que um pequeno episódio de marketing chamou a atenção para a ilegitimidade dos negócios implantados ilegitimamente nesses territórios ocupados e que pretenderia tornar cada vez mais determinantes no volume das suas exportações. Passaria por aí mais um passo na estratégia de «facto consumado» com que tem inviabilizado a concretização do Estado Palestiniano e a devolução dos territórios invadidos em 1967.
Nos últimos dias diversas instituições bancárias do Norte da Europa têm aderido ao boicote com entidades, que estejam estabelecidas ou possuam filiais nesses territórios por devolver à Autoridade Palestiniana. E outras empresas multinacionais se apressam a seguir-lhes o exemplo!
Não podemos ser ingénuos ao ponto de ignorar a verdadeira razão de tais decisões - o volume de negócios dessas empresas com os países árabes da região pesa mais do que os firmados com os israelitas. Mas se esta realidade bastar para que a realidade política da região se coadune com as decisões sucessivas tomadas na Assembleia Geral das Nações Unidas talvez a paz fique facilitada e os israelitas de hoje se mostrem à altura da responsabilidade histórica contraída com o martírio dos seus antepassados.
Um povo que sofreu a Shoah torna-se indigno, quando pretende negar a outro povo o direito a existir!
Sem comentários:
Enviar um comentário